261: Europa "oferece" ao Algarve 1 Smart por hora
Entre 1983 e o final deste ano, 25 anos e quatro quadros comunitários depois, a Europa está a enviar para o Algarve uma média de 9.300 euros por hora, ou 219 mil euros por dia – o preço de um T3 numa cidade algarvia média. E não foi só o betão, nem as acessibilidades, que mudaram a face do Algarve.
“Às vezes é injusto pensar que foi só em betão que o Algarve ficou a ganhar com a adesão à União Europeia”, sustenta o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, justificando contudo que “essa será porventura a face mais visível das mudanças estruturais e daí que se esqueçam as outras”.
“As outras” foram por exemplo, logo no período de pré-adesão (1983/1993), os 4,4 milhões de euros para saneamento básico, numa altura em que a quase totalidade dos esgotos da região eram despejados directamente no mar sem tratamento.
Um esforço que foi reforçado no (mais curto) período de 1986 a 1989, com os dinheiros do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) para conclusão do saneamento, acessibilidades e educação, no valor de 69 milhões de euros.
Depois do I Quadro Comunitário, de 1990 a 1994 (239 milhões de euros), reservado em boa parte à renovação urbana e ao apoio às zonas industriais, a “parte de leão” de todos estes anos veio no II Quadro (1994/1999), com 755 milhões de euros do Fundo de Coesão, e sobretudo no III Quadro (2000/2006), anos em que a Europa mandou para o Algarve 1.161 milhões de euros. Neste último período, qualquer coisa como 454 mil euros por dia.
Por via da saída da região da zona de investimentos prioritários – isto é, das “regiões pobres” - estes últimos valores descem bastante no actual quadro comunitário (o chamado QREN, ou Quadro de Referência Estratégica Nacional), que balizará as transferências comunitárias até 2013: serão 674 milhões de euros a entrar, um pouco mais de metade do que entrou nos últimos anos.
Fonte: Observatório do Algarve