294: Peixe escasseia em Olhão
Apenas uma banca marcava a excepção na venda de peixe, no Mercado de Olhão. Leia aqui.
Dezenas de bancas vazias e apenas uma com peixe para vender, muitos curiosos a vaguear e turistas a tirar fotografias era o cenário que se vivia hoje de manhã no mercado de peixe de Olhão.
A falta da principal "matéria-prima" daquele que é um dos maiores mercados de peixe do Algarve começa a notar-se ao quinto dia de greve e o pouco que é apresentado nas bancas já foi pescado na quinta-feira.
O veterinário municipal de Olhão, Jorge Bomba, ordenou hoje de manhã que fossem deitados fora cerca de 20 quilos de peixe acondicionado nas arcas frigoríficas do mercado de Olhão que, diz, já não estava "em condições".
As arcas continuam com algum peixe, embora "pouco", disse aos jornalistas, frisando que parte do peixe já não estava bom, por terem passado alguns dias e que o importante é salvaguardar a saúde pública.
Mesmo tendo sido pescado quinta-feira, Beatriz Marques e o filho optaram por colocar na mesma à venda o que lhes restava nas arcas porque, dizem, o peixe ainda está "bom" para ser consumido.
"Se visse que já não estava capaz, deitava fora", diz a comerciante de 71 anos, contando que há pessoas que tal como ela tinham peixe guardado mas que não o quiseram pôr com medo que houvesse alguma fiscalização.
Beatriz diz não temer que as autoridades ali vão inspeccionar o produto porque está em boas condições e até tem à mão as facturas de compra do pescado, para provar a data de compra, se necessário.
Embora não esteja a "abarrotar" de peixe, a sua é a única banca que hoje às 10:00 no mercado de Olhão tinha peixe exposto para vender - chocos, carapaus, raia e pescada -, embora quase não apareça ninguém para comprá-lo.
"Baixei o preço da pescada de cinco para três euros porque isto amanhã já não se consegue vender", desabafa Beatriz Marques, observando que o restante peixe mantém o preço de sempre.
Poucos clientes, comerciantes de braços cruzados encostados às bancas, muitos curiosos e até turistas estrangeiros a tirar fotografias era o cenário do mercado de Olhão ao quinto dia de greve dos pescadores.
Uma vendedora encostada à banca vazia confessava à Lusa que apenas ali tinha ido para "ver o que acontecia", pois hoje era o dia em que tudo "devia ter voltado ao normal", não fossem os pescadores manter a greve.
Sábado foi o último dia em que conseguiu vender algum peixe, embora pouco. No Domingo o mercado esteve fechado. Segunda é tradicionalmente fraco em peixe fresco. Hoje as bancas estão praticamente às moscas.
Fonte: Observatório do Algarve