1631: Protecção Civil admite erros na avaliação dos incêndios no Algarve
Em entrevista à RTP no domingo à noite, Vitor Vaz Pinto reconheceu que “houve falhas” na estratégia de combate às chamas, que consumiram uma vasta área dos concelhos de Tavira e São Brás de Alportel. No entanto, sublinhou, “era impossível chegar a todo o lado a todo o momento”.
“Nós pensávamos que na quinta-feira de manhã o incêndio estaria dominado. Eu enganei-me, essa avaliação foi minha”, admitiu, acrescentando que “os meios nalgumas situações chegaram tarde”.
O comandante manifestou ainda “total confiança” nos elementos operacionais que estiveram no terreno a combater os fogos. No local, chegaram a estar mais de mil bombeiros, de várias corporações do país, e 13 meios aéreos.
Vítor Vaz Pinto disse compreender que os autarcas sintam a “pressão por parte da população” e recusou fazer mais comentários. “No final, façam os balanços necessários”, rematou.
Em resposta às declarações do comandante da Protecção Civil, o presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, considerou importante que Vítor Vaz Pinto tenha reconhecido que houve falhas no combate, mas defende que é preciso esperar pelo relatório para "tirar conclusões".
"O que os autarcas tinham vindo a dizer sobre as falhas no terreno, que não dos bombeiros, ele [comandante nacional] reconheceu ontem, penso que lhe fica bem e fica bem aos serviços", disse Jorge Botelho à Lusa. Ainda assim, considerou tratar-se de "palavras de circunstância".
"O melhor a fazer agora é esperar que o relatório dos factos venha a lume porque é importante avaliar e monitorizar como correu esta intervenção", disse, insistindo que, "de facto, a operação não correu toda bem".
Jorge Botelho adiantou que hoje à tarde haverá uma reunião na Câmara para "fazer a avaliação dos estragos e ver quais as perdas" para que se poder fazer uma avaliação objectiva das perdas "preferencialmente no prazo de uma semana, dez dias".
Para já, reiterou, os "números já confirmados pelos serviços florestais" da autarquia apontam para cerca de 20 mil hectares ardidos", ou seja "mais ou menos um terço de todo o território" do concelho.
Esta segunda-feira, ao início da manhã, o incêndio estava já em fase de conclusão mas permaneciam no terreno 417 elementos operacionais, dos quais 111 eram bombeiros, apoiados por 75 viaturas. Às 7h30, este era o único incêndio de que havia registo na página da Internet da Autoridade Nacional da Protecção Civil.
Notícia actualizada às 10h40: acrescenta reacção do autarca de Tavira às declarações de Vítor Vaz Pinto.
Fonte: Publico