1135: Cidade solar vai nascer às portas de Monchique
Projeto de 350 milhões pretende transformar Algarve em exemplo europeu no desenvolvimento da energia solar. Industriais e cientistas estarão lado a lado.
O futuro Algarve Energy Park (AEP) – uma iniciativa que visa o desenvolvimento de tecnologia solar em grande escala – acaba de assinar um memorando de entendimento com a Self Energy – grupo internacional baseado em Portugal, fornecedor de serviços de energia – com vista a integrar a empresa no desígnio que pretende tornar a região num modelo ao nível das energias renováveis.
O terreno para a implantação do parque localiza-se entre os concelhos de Portimão e Monchique, na área adjacente ao Autódromo Internacional do Algarve. O investimento ocupará uma área de 300 hectares, dos quais 100 serão reservados a um parque de biodiversidade.
Fundado pelo empresário holandês Marc Rechter, em 2009, o AEP é uma empresa privada e financiada por fundos de capital privado que ambiciona converter-se numa plataforma de produção de energias renováveis, englobando todas as fases desde o design, à pesquisa, passando pelo desenvolvimento, demonstração e preparação.
O motor do Energy Park será o Centro de Energia Sustentável, onde industriais e investigadores poderão colaborar na criação de tecnologia de energia solar e outras energias limpas, bem como no fabrico dos seus componentes.
Ao centro deverá juntar-se uma unidade de demonstração solar e de pesquisa académica, criando condições não só para evitar a fuga de talentos para o estrangeiro, mas também para atrair massa crítica internacional.
De forma a aproximar os algarvios e visitantes, o AEP tem igualmente em plano a construção de um parque educativo. Apelidado de Energy Experience Park, a ideia é aliar o entretenimento às energias renováveis e à mobilidade.
Numa fase posterior, o parque terá como suporte uma clínica de medicina preventiva, focada na medicina genética personalizada. Tudo isto será rematado por um conjunto de unidades residenciais para utentes e investigadores – o Clean Tech Village.
De acordo com Marc Rechter, administrador do Energy Park, a ambição é «criar as condições ideais para as empresas desenvolverem o seu negócio e os investigadores realizarem projetos», pelo que a recém-criada parceria com a Self Energy torna-a numa «forte participante na plataforma de demonstração solar do AEP».
Por seu turno, a Self Energy implementará a tecnologia «stirling solar dish», através da qual pretende reforçar a sua posição no mercado de inovação neste segmento e ampliar o seu portefólio de negócio.
De acordo com o Marc Rechter, o objetivo final será tornar o AEP numa estrutura autossuficiente, produzindo toda a energia que se consumir dentro da área do empreendimento e exportando-a, numa fase posterior.
Em declarações à Lusa, Rechter diz que o AEP começará a produzir energia no primeiro semestre do próximo ano, aguardando, por parte do Governo, a indicação das tarifas a cobrar pela energia gerada.
O AEP em números:
.350 milhões de custo base
.30 MW de capacidade energética
.5 planos de investimento
Fonte: Barlavento Online