3387: Cavalos-marinhos proíbem navegação na Ria Formosa
Foram criadas duas áreas de refúgio para cavalos-marinhos na Ria Formosa. As capitanias de Olhão e Faro, através de editais, determinaram para estas zonas a "suspensão temporária da circulação de todas as embarcações".
A medida, que entrou em vigor na passada terça-feira, é aplicada numa área a nascente do núcleo da Culatra, no concelho de Olhão, e na zona de Geada, a norte da Cabeça do Morgado, a meio caminho entre o cais comercial de Faro e a saída da barra Faro-Olhão.
Conforme é referido nos editais, "a ria Formosa tem a maior comunidade de cavalos-marinhos do Mundo", mas, com o decorrer dos anos, verificou-se que "a população desta espécie protegida tem vindo a diminuir, encontrando-se em vias de extinção, devido, fundamentalmente, à ação humana e à diminuição de plantas marinhas no fundo da ria".
De acordo com o Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), "os estudos atuais revelam um decréscimo de 90% na última década, o que torna as populações de cavalos-marinhos particularmente vulneráveis a fatores de pressão, podendo inclusive levar à sua extinção local".
Na origem desta situação estarão, sobretudo, "fatores como apanha ilegal de cavalos-marinhos para o mercado asiático [são muito usados na medicina tradicional chinesa], pesca acidental e perturbação do habitat", conforme admite o ICNF.
Quem desrespeitar a suspensão de circulação de embarcação que foi determinada para estes dois refúgios de cavalos-marinhos fica sujeito a aplicação de contraordenações entre os 400 e os 2500 euros, segundo apurou o CM.
Fonte: CM