113: Greenpeace alerta para danos da aquacultura insustentável
A organização ambientalista Greenpeace alertou que a aquacultura insustentável está a provocar a sobreexploração piscatória, abuso dos direitos dos trabalhadores e problemas graves no meio ambiente.
Com base no documento “A indústria aquícola e de engorda: um desafio de sustentabilidade”, divulgado hoje em Barcelona, o organismo exige que se elimine todos os produtos orginiários desta prática das lojas espanholas, devido à contaminação química.
“É importantíssimo que tanto os consumidores como os distribuidores destes produtos conheçam os impactos reais da aquacultura e escolham o que comem e vendem sem necessidade de esgotar ou destruir os recursos do Planeta”, disse a responsável da campanha Oceanos da Greenpeace, Paloma Colmenarejo.
No documento de 24 páginas, realizado pelos Laboratórios de Investigação de Greenpeace na Universidade de Exeter, no Reino Unido, destaca-se a necessidade da aquacultura abandonar as suas actuais práticas “destrutivas” e caminhe para a “sustentabilidade”
No entender desta ONG, a sobreexploração da pesca encontra-se entre os principais impactos da aquacultura, já que a utilização dos peixes para a elaboração de farinha e azeite para espécies criadas em viveiros não diminui a pressão sobre as empresas piscícolas, antes pelo contrário.
A título de exemplo, a organização refere que a quantidade de peixes necessária para que um salmão engorde um quilo é de entre quatro a cinco quilos. No caso do atum vermelho, esta quantidade pode atingir os 20 quilos por cada quilo de peixe produzido.
A Greenpeace mostra-se preocupada com a contaminação química.
Na sua opinião, “está a pôr-se em risco a biodiversidade próxima”, se se tiver em conta a “grande quantidade” de produtos químicos e de fármacos utilizados para controlar os vírus, as bactérias e os fungos.
Outra das preocupações desta organização é a destruição de espaços costeiros para construção de viveiros.
Nos últimos anos, a percentagem do peixe e marisco procedentes da aquacultura aumentou dos 33 para os 43 por cento, o que demonstra que “é o sector da alimentação que mais cresce no Mundo”.
Na tentativa de elucidar sobre a violação dos direitos humanos, explicaram o caso de Bangladesh, onde mais de 150 assassinatos estão alegadamente relacionados com a implantação da aquacultura.
Fonte: Barlavento Online