764: Almargem «suspeita» da avaliação ambiental da Cidade Lacustre de Vilamoura
A associação ambientalista Almargem considera que a construção do já célebre projecto da Cidade Lucustre de Vilamoura «passa por cima de tudo o que é condicionante ambiental» e vai «inundar parte do que resta dos solos férteis da margem esquerda do troço final da ribeira de Quarteira».
Ainda segundo os ambientalistas, o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto, que terminou a fase de consulta pública esta segunda-feira, continua «a insistir num erro demasiado suspeito», ao permitir «que a avaliação dos impactes ambientais fosse desdobrada em várias fases».
Neste caso, o EIA – cujo resumo não técnico está disponível no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente – alude apenas à construção de três novos lagos e à alteração das alturas do fundo e das margens de um lagos e de dois canais existentes, deixando de fora a componente imobiliária do empreendimento, que comportará cerca de três mil camas.
«[Trata-se]mais uma vez de uma insistência num erro que a Almargem começa a considerar demasiado suspeita e lesiva dos verdadeiros interesses nacionais», dizem os ambientalistas em comunicado, ao mesmo tempo que apontam o dedo ao Ministério do Ambiente e a à Agência Portuguesa do Ambiente».
Por estas razões, a associação Almargem diz que a cidade lacustre será «um epitáfio por Vilamoura», considerando que a localidade está «a transformar-se numa mega cidade que ultrapassa já a vizinha Quarteira», apontada pelos ambientalistas como «um exemplo do que de pior se fez no Algarve».
A Cidade Lacustre, onde se inserem os lagos, localiza-se entre o actual núcleo urbano de Vilamoura e a ribeira de Quarteira, a Norte da Marina de Vilamoura.
Os lagos e canais são um elemento central estruturante da segunda fase do empreendimento de Vilamoura, que foi objecto de reconhecimento de interesse público por despacho governamental em 1995.
De acordo com resumo não técnico do EIA consultado pelo barlavento.online, o Plano de Urbanização da Cidade Lacustre de Vilamoura foi aprovado pela Assembleia Municipal de Loulé e ratificado pelo Governo em 1999.
Os lagos constituem o único projecto sujeito a AIA.
Fonte: Barlavento Online