1ª Etapa: Portimão - > Lagos (200.2 kms)
Alexander Kristoff (Uno-X) venceu a primeira etapa da 49ª edição da Volta ao Algarve num emocionante sprint em Lagos. O norueguês bateu uma forte concorrência, vestindo a Camisola Amarela Turismo do Algarve de líder.
Os 200,2 quilómetros começaram em Portimão, com a meteorologia a ameaçar ter influência no desenrolar da etapa, dada a chuva e o vento, obrigando a atenção redobrada por parte dos ciclistas. A velocidade média inicial transpareceu alguma dificuldade que o vento lateral provocou.
A fuga do dia demorou quase 20 quilómetros a formar-se. Um quinteto conseguiu ganhar vantagem, contudo, esta nunca foi muito além dos 2m30s. Alexander Kamp (Tudor Pro Cycling), Aleksandr Grigorev (Efapel Cycling), António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO), Rafael Lourenço (AP Hotels & Resorts-Tavira-SCFarense) e Sergio García (Glassdrive-Q8-Anicolor) foram os homens que animaram a etapa.
António Ferreira aproveitou para lutar pela Camisola Azul Cyclin’Portugal, sendo segundo na quarta categoria da Cruz da Assumada e primeiro na terceira categoria de Nave. O jovem de 22 anos garantiu uma presença no pódio como líder da classificação da montanha.
O dinamarquês Alexander Kamp foi o mais forte na única meta volante do dia, em Aljezur, mas é Kristoff o dono da Camisola Verde Crédito Agrícola (pontos) dada a vitória na etapa.
Na terceira hora de corrida, a velocidade aumentou para mais de 40 quilómetros/hora. Soudal Quick-Step e Aviludo-Loulé-Louletano Concelho começaram por fazer a perseguição, mas acabaram por ser a equipa belga e a BORA-hansgrohe que definitivamente mostraram que em Lagos não haveria surpresas. O final era para ser ao sprint.
A fuga começou a perder elementos, com Kamp e Grigorev a serem os resistentes. O russo da Efapel Cycling acabou por ser nomeado pelo público o mais combativo. A 12 quilómetros da meta, o pelotão estava compacto, com uma queda a marcar esta fase da corrida, afetando alguns ciclistas mais recuados no grupo.
Uma curta subida a dois quilómetros da meta desorganizou os comboios das equipas para o sprint. O vento de frente na meta não ajudou. Søren Wærenskjold conseguiu ajudar Alexander Kristoff – reforço da Uno-X em 2023 -, que aproveitou o lançamento para vencer, com o companheiro de equipa a ser terceiro.
“Foi fantástico. Eu fiz esta chegada duas vezes antes. Estava a sprintar bem, mas hoje é a primeira vez que venço em Portugal. O Søren Wærenskjold fez-me um excelente lançamento na chegada. Estava muito forte – foi terceiro classificado – e cabia-me aproveitar, tirando proveito da sua força para me posicionar melhor e lançar o meu sprint”, destacou o vencedor.
“É sempre um alívio começar a época a vencer, a pressão desce um bocado. Vencer hoje é uma sensação indescritível”, acrescentou.
E Kristoff já pensa na próxima chegada ao sprint, em Tavira, na terceira etapa (sexta-feira): “Sei que sobe ligeiramente e até poderá ser mais a jeito do Søren. Veremos o que iremos fazer.”
Jordi Meeus (BORA-hansgrohe) foi segundo e Fabio Jakobsen (campeão europeu da Soudal Quick-Step), vencedor em três ocasiões em Lagos, foi, desta feita, quarto.
Com bonificações em jogo nesta edição da Volta ao Algarve, Kristoff lidera com quatro segundos sobre Meeus e seis sobre Wærenskjold. No entanto, esta quinta-feira é dia de subir à Fóia, pelo que a classificação geral sofrerá uma inevitável mudança.
Classificação 1ª Etapa:
1. Kristoff A. Uno-X Pro Cycling Team 4:49
2. Meeus J. Bora-Hansgrohe +0:00
3. Waerenskjold S. Uno-X Pro Cycling Team +0:00
4. Jakobsen F. Soudal Quick-Step +0:00
5. Bittner P. Team DSM +0:00
6. Penhoet P. Groupama-FDJ +0:00
7. Tesfatsion N. Trek-Segafredo +0:00
8. Kielich T. Alpecin-Deceuninck +0:00
9.Theuns E. Trek-Segafredo +0:00
10. van Dijke T. Team Jumbo-Visma +0:00
2ª Etapa: Sagres -> Alto da Fóia (186.3 Kms)
Vitória milimétrica de Magnus Cort Nielsen no Alto da Fóia! O ciclista da EF Education-EasyPost celebrou depois de cortar a meta ao contrário de Ilan van Wilder (Soudal Quick-Step), que pensou ter a vitória garantida na segunda etapa da 49ª Volta ao Algarve, quando viu o dinamarquês ultrapassá-lo no último momento.
Final dramático para o jovem belga, com o bem conhecido espírito lutador de Magnus Cort Nielsen a vir ao de cima. Soube proteger-se quando, nos 30 quilómetros finais, a INEOS Grenadiers com a ajuda da Soudal Quick-Step (principalmente de Kasper Asgreen) colocaram um ritmo fortíssimo. O dinamarquês não surgia como um dos favoritos a vencer no Alto da Fóia, mas escolheu a altura certa para surpreender e é o novo Camisola Amarela Turismo do Algarve.
“Senti-bem durante a subida. Não estava na zona de conforto, mas os quilómetros passavam e senti que tinha forças para o sprint. Faltam cinco quilómetros, quatro quilómetros o ritmo da subida era duro, mas constante, o que me fez acreditar que teria hipótese”, explicou Magnus Cort Nielsen.
“Nos últimos 500 metros todos queriam estar perto da frente, mas o vento era frontal e tive receio de arrancar cedo demais. Lutei por encontrar uma boa posição, encontrei uma aberta nos últimos metros e consegui vencer”, acrescentou.
Magnus Cort Nielsen lidera com quatro segundos de vantagem sobre Ilan van Wilder, com o português Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) a ser terceiro na etapa e a ocupar a mesma posição na geral, a seis segundos do dinamarquês. O vencedor do Giro, Jai Hindley (BORA-hansgrohe) e Valentin Madouas (Groupama-FDJ) estão a 10 segundos, com vários corredores a menos de 20 da liderança.
Ou seja, no Alto da Fóia foram feitas as primeiras diferenças, mas está tudo em aberto na classificação geral.
“A equipa teve confiança em mim. Não sabia se estaria em condições no termo de uma subida de sete ou oito quilómetros, mas tanto eu como o diretor desportivo achamos que devíamos tentar. Para mim, vencer nestas condições, é fenomenal. Tenho uma ou outra vitória em subida, mas geralmente em fugas e grupos reduzidos. Nunca tinha vencido em subida os favoritos à classificação geral. Estou super feliz”, salientou o novo líder da corrida.
Sagres recebeu a partida para os 186,3 quilómetros da etapa que levou os ciclistas até à Serra de Monchique, com a chegada à Fóia. A fuga não demorou muito a formar-se, mas desde cedo percebeu-se que as equipas com candidatos à geral não iam deixar que esta tivesse sucesso. A vantagem nunca foi muito além dos três minutos.
Matthew Gibson (Human Powered Health), Rafael Lourenço (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense), Tomas Contte (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Gaspar Gonçalves (Efapel Cycling), António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO) e João Matias (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua) resistiram até aos 30 quilómetros finais, quando o pelotão aumentou a velocidade e a INEOS Grenadiers tomou conta das operações.
Destaque para o vencedor da classificação da montanha em 2022, João Matias, e para António Ferreira, que enverga a Camisola Azul Cyclin’Portugal e muito lutou para a manter. Conseguiu por um ponto apenas. Foi segundo nas terceiras categorias de Casais e Alferce, com Rafael Lourenço (AP & Resorts-Tavira-SCFarense) a passar em primeiro em ambas.
Rafael Lourenço também subiu ao pódio como o ciclista mais combativo da etapa, distinção atribuída por votação do público. Já Matias, desta feita, concentrou-se em vencer a meta de volante em Monchique.
Na aproximação à subida de segunda categoria na Picota – imediatamente antes da Fóia – estava um grupo reduzido na frente, com os candidatos à geral a posicionarem-se para a dificuldade final. Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step), Michael Kwiatkowski e Jonathan Castroviejo (INEOS Grenadiers) foram os primeiros a passar no prémio da montanha. Porém, todos estavam focados em implementar um ritmo bem alto.
Nos muito aguardados 7,7 quilómetros (6,3% de pendente média) finais, alguns ciclistas foram perdendo contacto, com a INEOS Grenadiers a controlar a frente da corrida. A decisão deu-se ao sprint, com Magnus Cort Nielsen a somar mais uma vitória na carreira, sendo um ciclista que conta com triunfos no Tour e na Vuelta.
Outro dinamarquês, mas da BORA-hansgrohe, também esteve no pódio. Frederik Wandahl vestiu a Camisola Branca IPDJ, símbolo da classificação da juventude.
Alexander Kristoff (Uno-X), vencedor da primeira etapa, em Lagos, manteve a Camisola Verde Crédito Agrícola (pontos).
Classificação 2ª Etapa:
1. Cort Nielsen M. EF Education-EasyPost 5:07:05
2. Van Wilder I. Soudal Quick-Step +0:00
3. Costa R. A Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +0:00
4. Madouas V. Groupama-FDJ +0:00
5. Hindley J. Bora-Hansgrohe +0:00
6. Herregodts R. Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +0:02
7. Conci N. Alpecin-Deceuninck +0:02
8. Pidcock T. INEOS Grenadiers +0:02
9. Vermaerke K. Team DSM +0:02
10. Mollema B. Trek-Segafredo +0:02
Classificação Geral:
1. Cort Nielsen M. EF Education-EasyPost 9:56:20
2. Van Wilder I. Soudal Quick-Step +0:04
3. Costa R. A. Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +0:06
4. Hindley J Bora-Hansgrohe +0:10
5. Madouas V. Groupama-FDJ +0:10
6. Foss T. Team Jumbo-Visma +0:12
7. Mollema B Trek-Segafredo +0:12
8. Conci N. Alpecin-Deceuninck +0:12
9. Almeida J.UAE Team Emirates +0:12
10. Higuita S. A. Bora-Hansgrohe +0:12
3ª Etapa: Faro -> Tavira (203.1 kms)
Respire-se fundo que a terceira etapa da 49ª Volta ao Algarve foi de perder o fôlego perante o espetacular final! O ciclismo não é linear. A chegada a Tavira é uma tradicional ao sprint, mas perante a qualidade dos ciclistas presentes, assistiu-se a um ataque que frustrou os planos dos velocistas. Magnus Cort Nielsen foi o protagonista principal pelo segundo dia consecutivo.
No Alto da Fóia bateu os melhores trepadores, em Tavira surpreendeu os sprinters. O dinamarquês da EF Education-EasyPost é bem conhecido por acreditar que tudo é possível e está a mostrar isso mesmo na Volta ao Algarve.
Duas vitórias não só lhe valem a Camisola Amarela Turismo do Algarve, como as bonificações (10 segundos por triunfo e mais seis da meta volante) fazem com que se intrometa definitivamente entre os que começaram a corrida como favoritos.
“Não estava nada à espera, nem foi nada planeado. Na verdade, a ideia era passar a etapa de forma mais confortável possível e nem sequer disputar o sprint”, admitiu Magnus Cort Nielsen.
Com a etapa do Alto do Malhão e o contrarrelógio individual por disputar, a luta pela geral na Volta ao Algarve está emocionante, depois da tirada em linha mais longa: 203,1 quilómetros.
Até parecia que iria ser um dia com uma história idêntica a edições anteriores, na chegada a Tavira. Parecia… mas não foi! Aqueles 25 quilómetros finais tornaram esta etapa uma das que será difícil esquecer.
Os ataques para formar uma fuga começaram logo na saída em Faro e foram as equipas portuguesas que procuraram ter protagonismo.
Gonçalo Amado (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua), Pedro Andrade (ABTF Betão-Feirense), Daniel Viegas (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Aleksandr Grigorev (Efapel Cycling), Fábio Costa (Glassdrive-Q8-Anicolor) and Guillermo García (Rádio Popular-Paredes-Boavista) foram os seis ciclistas que disputaram os dois prémios da montanha, assim como prémio da combatividade.
O detentor da Camisola Azul Cyclin’Portugal, António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO) não entrou na fuga e Grigorev aproveitou para “dizer” que também está interessado na classificação. Foi o primeiro nas terceiras categorias de Portela de Corcha e Cachopo, estando agora a três pontos do líder.
Com a Soudal Quick-Step e a INEOS Grenadiers atentas no pelotão, a diferença da fuga nunca foi muito além dos três minutos. Tavira parecia estar destinada a ter um habitual final ao sprint…
Os homens da frente foram sendo apanhados dentro dos 50 quilómetros finais, com Fábio Costa a resistir até aos 30. O público nomeou-o mais combativo e o corredor português subiu ao pódio.
Foi na meta volante em Vila Real de Santo António, a 25 quilómetros da meta, que um grupo de candidatos à geral foi à procura das bonificações. O Camisola Amarela Turismo do Algarve não só estava atento à movimentação, como foi somar mais um preciosos segundos (seis), batendo a ilustre concorrência.
E foi o início de um final louco. Com Magnus Cort Nielsen estavam Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) e Tom Pidcock (INEOS Grenadiers) – segundo e terceiro na meta volante, respetivamente – e ainda Filippo Ganna (também da INEOS Grenadiers), Tobias Foss (Jumbo-Visma) e Valentin Madouas (Groupama-FDJ). Um grupo de luxo que ficou na frente da corrida e obrigou o pelotão a trabalho extra.
“Não tinha a intenção de continuar o esforço, mas os homens da INEOS e o Tobias Foss passaram por mim e desafiaram-me, ‘vamos lá’ e aproveitei a oportunidade. Reunimos um excelente grupo na frente e rodamos os últimos 25 quilómetros num contrarelógio por equipas perfeito”, realçou o ciclista da EF Education-EasyPost.
A vantagem chegou a rondar os 25 segundos e só na curva para a entrada da reta da meta, foi apanhado. Porém, se na Fóia Magnus Cort Nielsen soube como bater Ilan Van Wilder no risco de meta, em Tavira soube escolher o momento certo para atacar. Precisamente na curva a 300 metros da meta. Ganna respondeu, os sprinters Jordi Meeus (BORA-hansgrohe) e Paul Penhoët (Groupama-FDJ) foram os que ainda tentaram cumprir o final tradicional. Sem sucesso.
“Sabia que tinha uma derradeira oportunidade de abrir o sprint mais cedo e conseguir uma pequena vantagem. Arranquei e ninguém me conseguiu passar”, realçou o vencedor.
Na geral e na véspera da etapa do Alto do Malhão, Magnus Cort Nielsen tem agora 18 segundos de vantagem sobre Rui Costa, que subiu ao segundo lugar, tendo sido sétimo na etapa. O belga Ilan van Wilder (Soudal Quick-Step) é terceiro, a 20.
O dinamarquês passou também a ser o detentor da Camisola Verde Crédito Agrícola, enquanto o compatriota Frederik Wandahl (BORA-hansgrohe) manteve a Branca IPDJ, símbolo da juventude.
Classificação 3ª Etapa:
1. Cort Nielsen M. EF Education-EasyPost 5:05:14
2. Ganna F. INEOS Grenadiers +0:00
3. Meeus J. Bora-Hansgrohe +0:00
4. Penhoet P. Groupama-FDJ +0:00
5. Madouas V. Groupama-FDJ +0:00
6. Oliveira R. UAE Team Emirates +0:00
7. Costa R. A. Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +0:00
8. Foss T. Team Jumbo-Visma +0:00
9. Theuns E. Trek-Segafredo +0:00
10. Askey L. Groupama-FDJ +0:00
Classificação Geral:
1. Cort Nielsen M. EF Education-EasyPost 15:01:18
2. Costa R. A. Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +0:18
3. Van Wilder I. Soudal Quick-Step +0:20
4. Madouas V. Groupama-FDJ +0:26
5. Hindley J. Bora-Hansgrohe +0:26
6. Pidcock T. INEOS Grenadiers +0:26
7. Ganna F. INEOS Grenadiers +0:27
8. Foss T. Team Jumbo-Visma +0:28
9. Mollema B. Trek-Segafredo +0:28
10. Almeida J. UAE Team Emirates +0:28
4ª Etapa: Albufeira -> Alto do Malhão (177.9 Kms)
Dia de subir ao Alto do Malhão (duas vezes), mas com o pensamento no contrarrelógio. Na quarta etapa da 49ª edição da Volta ao Algarve jogou-se em duas frentes entre os que vão apostar forte este domingo em Lagoa e os que procuraram ganhar preciosos segundos para se defenderem melhor no derradeiro dia da corrida.
O Malhão mais uma vez não desiludiu. Aqueceu-se na primeira passagem, acelerou-se na segunda. Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers), Ilan van Wilder (Soudal Quick-Step) e Kevin Vermaerke (DSM) adiantaram-se na fase final e foi então que apareceu João Almeida. O português da UAE Team Emirates conseguiu juntar-se, tentou ganhar vantagem, mas Pidcock não deu hipótese.
O britânico ficou atento na roda e arrancou para a vitória no Malhão a 150 metros da meta. Almeida foi segundo (a um segundo), seguido de Ilan van Wilder (a cinco). O vencedor no Malhão em 2022, Sergio Higuita (BORA-hansgrohe) foi quarto classificado. Magnus Cort Nielsen (EF Education-EasyPost) não aguentou o ritmo desta feita e entregou a Camisola Amarela Turismo do Algarve a Pidcock.
“É muito bom finalmente vencer. Penso que, como equipa, não estivemos muito bem em duas ocasiões, nas quais poderíamos ter ganho. Ontem [sexta-feira], o Filippo [Ganna] estava forte e poderia ter ganho. No segundo dia, depois do brilhante trabalho que fizemos no último quilómetro, complicámos um pouco na aproximação à meta e acabámos surpreendidos. Hoje [sábado] era um dos dias decisivos e tínhamos que assegurar que fazíamos bem as coisas”, recordou Pidckock.
O britânico admitiu que não sabia que a meta era um pouco mais acima do que na primeira passagem pelo Malhão. “Ataquei, pensando que a meta era no topo da subida, como aquando da primeira passagem, e não contava quando virámos à esquerda, até porque me faltavam uns 70 metros para o risco. Cheguei a pensar que poderia ser ultrapassado, mas nestas situações não se quer pensar muito. O importante é dar tudo até ao fim”, salientou.
“Amanhã é um contrarrelógio. Não há outro plano que ir no limite do princípio ao fim”, acrescentou.
Na geral, Pidcock tem cinco segundos sobre Ilan van Wilder e sete sobre João Almeida. Porém, há dois ciclistas que vão centrar muito as atenções. Filippo Ganna (INEOS Grenadiers) e Tobias Foss (Jumbo-Visma) estão a 31 e 32 segundos, respetivamente. Falamos de um bicampeão do mundo de contrarrelógio e o atual campeão mundial da especialidade. Este domingo em Lagoa terão 24,4 quilómetros para tentar “saltar” para o primeiro lugar da Volta ao Algarve.
Fechadas ficaram as classificações dos pontos e da montanha. Magnus Cort Nielsen, vencedor na Fóia e em Tavira, conquistou a Camisola Verde Crédito Agrícola, enquanto a Azul Cyclin’Portugal pertence a Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step), que esteve na fuga do dia.
A Camisola Branca IPDJ também mudou de dono, com Oscar Onley (DSM) a ser agora o líder da classificação da juventude.
A quarta etapa foi a mais curta em linha da 49ª ao Algarve. O pelotão partiu de Albufeira para os 177,9 quilómetros, sendo dia de subir ao Alto do Malhão, com duas passagens na subida de 2,6 quilómetros, com uma pendente média de 9,2%.
Soudal Quick-Step, Trek-Segafredo e Groupama-FDJ jogaram as suas cartadas logo no arranque, colocando Kasper Asgreen, Mathias Vacek e Lewis Askey, respetivamente, na frente. O trio foi a fuga do dia, mas a pensar na ajuda aos seus líderes e não tanto em ganhar a etapa. A diferença aproximou-se dos cinco minutos, mas os três ciclistas foram apanhados a pouco menos de 40 quilómetros da meta.
Esta presença na frente de corrida fez com que o ritmo fosse muito elevado, acima dos 40 quilómetros/hora. Kasper Asgreen foi o primeiro nas terceiras categorias da Picota (47,1 quilómetros), Vermelhos (111,1) e Alte (140,4). Assumiu a liderança da classificação da montanha, “tirando” então a Camisola Azul Cyclin’Portugal a António Ferreira (Kelly-Simoldes-UDO).
O dinamarquês nem ficou no grupo quando se iniciou a primeira subida do Malhão, mas, o que fez antes, valeu-lhe a eleição do público como o mais combativo do dia. Foi também o primeiro na meta volante em São Brás de Alportel.
Mas o que mais se queria ver era como seria enfrentada a dupla passagem no Malhão. Na primeira, Rémi Cavagna (Soudal Quick-Step) e Kobe Goossens (Intermarché-Circus-Wanty) destacaram-se. A diferença para o grupo que incluia o Camisola Amarela Turismo do Algarve, Magnus Cort Nielsen (EF Education-EasyPost) esteve perto dos 40 segundos.
Porém, não resistiriam, pois equipas como a UAE Team Emirates e a INEOS Grenadiers trabalharam para garantir que João Almeida e Thomas Pidcock discutiriam a etapa (e a geral).
Depois de quatro etapas intensas e com a classificação geral por decidir, o contrarrelógio de Lagoa promete muita emoção.
Classificação 4ª Etapa:
1. Pidcock T. INEOS Grenadiers 4:28:39
2. Almeida J. UAE Team Emirates +0:01
3. Van Wilder I. Soudal Quick-Step +0:05
4. Higuita S. A. Bora-Hansgrohe +0:05
5. Hindley J. Bora-Hansgrohe +0:11
6. Martinez D. F. INEOS Grenadiers +0:11
7. Onley O. Team DSM +0:14
8. Mollema B. Trek-Segafredo +0:20
9. Foss T. Team Jumbo-Visma +0:20
10. Ganna F. INEOS Grenadiers +0:20
Classificação Geral:
5ª Etapa: Lagoa -> Lagoa (24.4 Kms)
O contrarrelógio de Lagoa vai definir o vencedor da 49ª Volta ao Algarve. A última vez que tal aconteceu foi em 2020, com Remco Evenepoel a confirmar a vitória. Serão 24,4 quilómetros, um percurso que contará com os melhores do mundo na especialidade.
A lista é verdadeiramente de luxo: Tobias Foss (campeão do mundo em título da Jumbo-Visma), Filippo Ganna (bicampeão mundial da INEOS Grenadiers), Stefan Bissenger (atual campeão europeu da EF Education-EasyPost), Stefan Küng (bicampeão da Europa da Groupama-FDJ), Søren Wærenskjold (campeão mundial de sub-23 da Uno-X) são nomes a destacar, assim como Kasper Asgreen e Rémi Cavagna (Soudal Quick-Step) e o português João Almeida (UAE Team Emirates), que são também dos melhores especialistas.
No entanto, se ciclistas como Bissegger e Wærenskjold poderão estar mais concentrados em ganhar a etapa, Ganna e Foss aspiram juntar a vitória na Volta ao Algarve, pois estão a 31 e 32 segundos, respetivamente, do Camisola Amarela Turismo do Algarve, Thomas Pidcock (INEOS Grenadiers). Almeida tem apenas sete segundos de desvantagem.
O primeiro ciclista a sair para a estrada será Daniel Viegas (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) às 12h34, com o líder Thomas Pidcock a partir às 15h15 para um percurso que terá mais quatro quilómetros que o habitual em Lagoa.
Classificação 5ª Etapa:
1. Kung S. Groupama-FDJ 29:34
2. Cavagna R. Soudal Quick-Step +0:04
3. Ganna F. INEOS Grenadiers +0:10
4. Martinez D. F. INEOS Grenadiers +0:16
5. Foss T. Team Jumbo-Visma +0:29
6. Arensman T. INEOS Grenadiers +0:32
7. Van Wilder I. Soudal Quick-Step +0:49
8. Mollema B. Trek-Segafredo +0:56
9. Politt N. Bora-Hansgrohe +1:03
10. Herregodts R. Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +1:03
Classificação Geral:
1. Martinez D. F. INEOS Grenadiers 20:00:26
2. Ganna F. INEOS Grenadiers +0:02
3. Van Wilder I. Soudal Quick-Step +0:15
4. Foss T. Team Jumbo-Visma +0:22
5. Kung S. Groupama-FDJ +0:26
6. Almeida J. UAE Team Emirates +0:40
7. Pidcock T. INEOS Grenadiers +0:48
8. Mollema B. Trek-Segafredo +0:49
9. Cort Nielsen M. EF Education-EasyPost +0:55
10. Costa R. A. Intermarche-Wanty-Gobert Materiaux +1:06
Fonte: Volta Algarve