580: ETA rouba carros no Algarve para atentados
Segurança mais apertada em Espanha obriga separatistas bascos a procurar outras soluções, e o Algarve é uma delas.
Uma vez que "as autoridades espanholas estão a apertar o cerco às actividades da organização", a ETA vê-se obrigada a procurar novas áreas de recursos e Portugal, devido à proximidade, é uma das opções", explica o presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Garcia Leandro.
A polícia espanhola concluiu que um carro roubado por coacção física ('carjacking') em Faro, no Algarve, em Agosto de 2008, e localizado agora em Salamanca, terá sido usado por elementos da ETA para viajar até Espanha. O carro tinha explosivos no interior, bem como um detonador, que não terá funcionado, impedindo a sua destruição.
Dados das investigações preliminares sugerem que pelo menos duas pessoas terão viajado no veículo.
Ainda assim, Garcia Leandro sublinha que o facto de a organização separatista basca utilizar meios logísticos com origem em Portugal não significa que "a ETA tenha alguma base ou meios" em território português.
O presidente do OSCOT refere ainda que o Ministério da Administração Interna acompanha "com particular atenção" o problema e garantiu que existe uma perfeita articulação com os serviços e forças de segurança espanholas e francesas sobre este e outros casos.
Desde o Verão de 2007 foram utilizadas três viaturas com origem em Portugal para acções do grupo separatista Basco, em que um dos carros foi utilizado num ataque a um quartel da Guardia Civil em Durango, Espanha, e os outros dois foram encontrados com explosivos no seu interior.
A primeira viatura com material explosivo foi descoberta junto à fronteira de Ayamonte, em Junho de 2007, encostada na berma da faixa de rodagem de acesso a Portugal e foi abandonada quando os ocupantes detectaram uma operação stop da Guarda Nacional Republicana.
O segundo automóvel de registo português foi utilizado pela ETA em Agosto de 2007, como segunda viatura no atentado ao quartel da Guardia Civil em Durango, no Norte de Espanha.
Fonte: Observatório do Algarve