3147: Barra da Fuseta volta a assorear e impede pescadores de sair
Depois de vários anos à espera da requalificação na barra da Fuseta, cujo assoreamento (acumulação de areias) impede os pescadores de saírem ou entrarem no porto de pesca enquanto a maré está vazia, o Ministério do Ambiente avançou finalmente com a obra no verão passado, com um investimento de quase 1,5 milhões de euros.
Após um trabalho de quatro meses, com uma draga a retirar areia da barra, bastou apenas um mês para as marés desfazerem toda a intervenção, para desespero dos pescadores e também da economia da localidade piscatória. "Aqui há cerca de 60 barcos dedicados à pesca.
São quase 200 pessoas que dependem desta atividade, para além da nossa lota que perde negócio porque as embarcações não podem ficar dependentes das limitações do canal para descarregar o pescado e vão para outras lotas", lamenta Humberto Gomes, da Associação de Pescadores da Fuseta.
Ele próprio tem o barco no porto de pesca de Olhão porque, devido à grande dimensão (12,5 metros de comprimento), não consegue navegar no troço da ria Formosa que liga o mar à Fuseta, por causa dos bancos de areia.
PORMENORES
Barra artificial
A atual barra da Fuseta foi feita artificialmente em 2010, acabando com a barra natural situada ali próximo. Já na altura, os pescadores avisaram o Governo que seria um erro e que iria criar assoreamentos.
"Desperdício de dinheiro"
"Foi um desperdício completo de dinheiro. Isto só lá vai com molhes na barra, para fixar as areias mas, como esta zona faz parte do parque natural da ria Formosa, dizem que as questões ambientais impedem que se faça essa obra", diz ainda Humberto Gomes.
Fonte: CM