3128: Especialistas apresentam em Olhão rede de telemetria para estudar migrações de animais aquáticos
Um grupo de 25 especialistas em telemetria de toda a Europa encontra-se reunido esta semana em Olhão para implementar a European Tracking Network, que pretende estudar o movimento de animais aquáticos em grande escala.
“Uma rede que reúne investigadores, recursos e infraestruturas para potenciar o estudo do movimento de animais aquáticos em grandes escalas espaciais – dos rios e mares europeus ao oceano Atlântico”, explica a organização.
Estudar o movimento de animais aquáticos é “fundamental para compreender o seu comportamento e as suas ameaças”, acrescenta-se.
Através da aplicação de marcas eletrónicas, os investigadores podem seguir o movimento destes animais, permitindo identificar habitats críticos para a proteção de espécies.
No entanto, a recolha de informação sobre as grandes migrações de espécies icónicas que atravessam diversas fronteiras, como os atuns, tubarões e enguias, é dificultada por exigir uma capacidade de monitorização a larga escala.
A European Tracking Network vai permitir ultrapassar estas dificuldades, permitindo partilhar informação, maximizar recursos e potenciar futuros projetos. “Com esta rede, se os peixes que eu marcar em águas portuguesas migrarem para outros locais na Europa, serei alertado pelos outros investigadores desta rede que os detetem, o que me permite potenciar os meus resultados com um custo e um esforço menores. E vice-versa”, salientou, em comunicado, David Abecasis, investigador do Centro de Ciências do Mar na Universidade do Algarve (CCMAR) e coorganizador da reunião.
A European Tracking Network inclui investigadores portugueses do CCMAR, do centros IMAR e MARE da Universidade dos Açores (UAc).
Pedro Afonso, investigador do IMAR/MARE/UAc e coordenador da European Tracking Network, frisa que a iniciativa veio “dar resposta ao anseio da comunidade de investigadores nesta área”, aproveitando o projecto europeu AtlantOS e as iniciativas LifeWatch e Ocean Tracking Network para lançar as bases do que se espera venha a ser “uma verdadeira rede pan-europeia de biotelemetria aquática”.
“O potencial é, de facto, grande, porque vai aproximar os investigadores, mas também criar novas oportunidades para dar resposta aos decisores políticos numa era de crescentes desafios ecológicos”, finalizou.
Fonte: Região Sul