1429: Obras na EN125 em risco se Governo cancelar concessões já adjudicadas
A decisão do Governo em cancelar obras de concessões rodoviárias já adjudicadas e suspensão dos trabalhos em vários troços, pode vir a afetar a requalificação da EN 125, já que a concessão Algarve Litoral, que até daria lucro de 28 milhões, é abrangida.
Segundo a edição de sexta-feira do matutino Correio da Manhã o Governo vai cancelar obras de concessões rodoviárias adjudicadas pelo anterior Executivo no valor de mil milhões de euros.
A suspensão dos trabalhos em vários troços rodoviários é consequência imediata das dificuldades financeiras do País, que obriga à redução do défice das contas públicas e ao desendividamento do Estado, adianta o Correio da Manhã.
O Governo quer poupar 270 milhões de euros com a suspensão de seis dos dez troços, das auto-estradas do Litoral Oeste, Douro Interior, Pinhal Interior, Algarve Litoral, Baixo Alentejo e Região Transmontana. O primeiro dos troços a suspender é a auto-estrada do Baixo Tejo.
Algarve Litoral pagaria à Estradas de Portugal 28 milhões pela concessão de 30 anos
A concessão Algarve Litoral foi adjudicada em fevereiro de 2009 para “proporcionar a recuperação da Estrada Nacional 125, beneficiando cerca de 400 mil pessoas. Terá uma extensão de 273 quilómetros, dos quais só cerca de 30 quilómetros serão construídos de raiz”.
A concessão foi na altura anunciada pelo Ministério das Obras Públicas como “a criação uma alternativa à atual SCUT do Algarve (Via do Infante) ”.
A nota do Ministério das Obras Públicas, informava ainda que o investimento previsto seria de cerca de 150 milhões de euros e a escolha da construtora Edifer em disputa contra os consórcios liderados pelos espanhóis da Cintra (Ferrovial), Mota-Engil e Soares da Costa assentava “num elemento crucial", relativamente ao dinheiro solicitado à Estradas de Portugal para explorar esta concessão ao longo dos seus trinta anos.
Enquanto os outros três concorrentes solicitavam verbas à concessionária geral do setor rodoviário, a Edifer assegurava o pagamento de 28,4 milhões de euros, considerado “um facto inédito” no programa de concessões rodoviárias, já que o estudo de viabilidade apontava para um esforço financeiro (VAL - Valor Anual Líquido) próximo dos 50 milhões de euros para a Estradas de Portugal.
Segundo as Obras Públicas, o consórcio da Edifer, designado Grupo Rodoviário Algarve Litoral, nos custos de operação e manutenção das vias apresentou um montante de 218 milhões de euros em vez dos 675 milhões de euros previstos no estudo de viabilidade, uma redução de 68% no custo. Além daEdifer, participam no agrupamento Algarve Litoral a Iridium (grupo espanhol ACS), a Tecnovia e Conduril.
"A proposta do Grupo Rodoviário Algarve Litoral prevê ainda que o custo total do empreendimento não ultrapasse os 400 milhões de euros, o que representa uma redução de 50% em relação ao montante estimado no estudo de viabilidade: 804 milhões de euros", sublinhava a referida nota das Obras Públicas.
Fonte: Observatório do Algarve