«Os governos presididos pelo eng. José Sócrates foram o maior desastre que se abateu sobre o Algarve, desde o terramoto de 1755» acusou este sábado o deputado algarvio do PSD Mendes Bota, numa reação ao Orçamento de Estado 2011.
«Sugaram fiscalmente a Região até ao tutano, reduziram o investimento público à mínima expressão, e destruíram o tecido económico, arrasando a agricultura, a pesca, a floresta, e agora também o comércio, com uma política suicida de licenciamento comercial que faz do Algarve o recordista mundial de grandes superfícies por metro quadrado, por onde se escoa o resto dos recursos financeiros da Região», acrescentou o parlamentar social-democratas.
«Sei que este será um orçamento de emergência, com consequências muito gravosas para o nível de vida dos portugueses e, perante a magnitude do problema, as reivindicações regionais tenderão a ser encaradas como contabilidade de mercearia», disse ainda Mendes Bota numa declaração sobre o OE divulgada este sábado.
«Mas enquanto algarvio, e deputado eleito por esta Região, e por um princípio de coerência com todo um passado de denúncia da discriminação de que tem sido alvo o Algarve, há coisas que não podem deixar de ser ditas, mesmo neste momento em que se apela ao sentido de responsabilidade dos políticos, e à solidariedade entre todos os portugueses», continua o deputado.
«Enquanto os dois últimos Governos gastaram o que tinham e o que não tinham, o Algarve ficou sempre fora da rota do investimento público. Agora, que “não há nada para ninguém”, clamar contra a injustiça que se abateu sobre o Algarve desde 2005, só terá um efeito pró-memória futura deste período negro da nossa história», salienta ainda.
«Excluído artificialmente do Objectivo 1 dos fundos comunitários, com perdas substanciais que se elevam a mais de mil milhões de euros, e sem parcerias público-privadas que se vejam (o Hospital Central do Algarve já foi arrumado na gaveta, e a requalificação da EN 125 ainda mal arrancou), a (des)evolução do PIDDAC é o espelho de uma política de subalternização intolerável do Algarve», acusa também Mendes Bota.
«Os 60 milhões de euros contemplados virtualmente no PIDACC para 2011, representam apenas 25% do montante de há 10 anos».
«Os números falam por si, e constituem um libelo acusatório sobre quem levou todos estes anos a assobiar para o lado e a aplaudir investimentos virtuais que nunca saíram do papel nem do Power Point, de nada lhe valendo chorar agora lágrimas tardias de arrependimento», salienta igualmente o deputado algarvio do PSD, na sua reação ao Orçamento para 2011.
Fonte: Barlavento Online