Também o presidente do Turismo do Algarve disse à Lusa que a introdução de portagens na via do Infante "não é positiva" para o Algarve, porque "é um eixo fundamental para o trânsito de locais e turistas na região e para as empresas que trabalham na indústria do turismo".
O Governo aprovou hoje uma resolução que fixa a cobrança de portagens nas autoestradas SCUT (Sem Custos para o Utilizador) Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata a partir de 15 de outubro, e, até 15 de abril de 2011 nas restantes SCUT - Interior Norte, Beira Litoral e Alta, Beira Interior e Algarve).
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, afirmou que, a confirmar-se a introdução de portagens na A22, estar-se-ia perante "uma irresponsabilidade a todos os níveis", que "revela um desconhecimento completo das realidades económicas e sociais da região".
"Eu espero que os algarvios, a semelhança do que se passou no passado quando o Governo teve intenção de portajar a via do infante, se unam e protestem pelo menos com a mesma força com que o fizeram da última vez, que foi a maior manifestação de sempre na região", acrescentou.
O presidente da AHETA defendeu que "nem a via do infante é uma autoestrada nem a (Estrada Nacional, EN) 125 é uma alternativa à via do infante".
"E portanto é uma medida profundamente irresponsável e, mais, revela um desconhecimento de pessoas que deviam conhecer bem a realidade económica da região. É uma medida que atenta não apenas contra os interesses económicos e sociais do Algarve, mas também do país", disse ainda Elidérico Viegas.
O dirigente da principal associação de hoteleiros da região considerou também que, "mesmo depois das obras feitas, a 125 não é uma alternativa", numa referência à requalificação da Estrada Nacional que atravessa todo o Algarve e é a única solução para as deslocações na região para quem não quiser pagar portagens.
"A Via do Infante tem características de autoestrada onde? Não há em lado nenhum, nenhuma descrição de autoestrada que se possa assemelhar à Via do Infante", referiu, adiantando que a via foi construída com financiamento da União Europeia, numa altura em que não havia concessões nem SCUT".
"Isto não pode valer tudo. Os algarvios não podem deixar de se manifestar o seu descontentamento e contestação para com uma situação profundamente injusta e desadequada para a esta região", reiterou.
Turismo do Algarve diz que "não é positiva" a introdução de portagens
Para o presidente do Turismo do Algarve, Nuno Aires, a introdução de portagens na via do Infante "não é positiva".
"Uma penalização que venha a afetar os não residentes vai afetar quem procura a região para passar as suas férias. Não considero como positivo para o Algarve, mas também não me parece que seja por isso que as pessoas deixem de fazer férias na região. Mas não traz competitividade ao destino turístico", afirmou.
Nuno Aires frisou, no entanto, que ainda não conhece o projeto do Conselho de Ministros na sua totalidade, sobretudo no que se refere a isenções a empresas e residentes.
O Governo aprovou hoje uma resolução que fixa a cobrança de portagens nas autoestradas SCUT (Sem Custos para o Utilizador) Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata a partir de 15 de outubro, e, até 15 de abril de 2011 nas restantes SCUT - Interior Norte, Beira Litoral e Alta, Beira Interior e Algarve).
O líder socialista do Algarve, Miguel Freitas, manifestou-se hoje contra a decisão do Governo de aprovar portagens nas SCUT na região, até 15 de abril de 2011, por ainda não haver alternativas aquela via. Macário Correia preocupado com “consequências negativas” na economia regional.
"Não concordamos com a introdução de portagens e o Governo está ciente do desconforto do PS/Algarve relativamente a esta matéria, porque ainda não há alternativas", disse hoje, à Lusa, Miguel Freitas.
O líder do PS/Algarve e deputado no Parlamento sublinhou, no entanto, que estão previstas isenções de cobranças para os residentes e empresas algarvias durante um ano, altura em que deverão estar terminadas as obras de requalificação na Estrada Nacional 125 (EN-125).
O prazo definido para a conclusão das obras de requalificação na EN-125 é em junho de 2012.
Miguel Freitas defende também a existência de "melhores transportes públicos para a região", além da discriminação positiva.
O Governo aprovou hoje uma resolução que fixa o início da cobrança de portagens nas autoestradas Sem Custos para o Utilizador (SCUT) no Interior Norte, Beira Interior, Litoral e Alta e Algarve até 15 de abril de 2011.
O regime transitório de isenções e descontos a vigorar até 30 de junho de 2012 abrange os residentes e as empresas com sede em concelhos nos quais qualquer parte do seu território esteja a menos de 10 quilómetros da autoestrada.
Abrange ainda os concelhos inseridos numa Nomenclatura de Unidade Territorial (NUT) em que qualquer parte do seu território esteja a menos de 20 quilómetros de uma autoestrada SCUT, como é o caso do Algarve.
Os utentes das autoestradas SCUT que quiserem beneficiar dos descontos e isenções hoje aprovados pelo Governo terão de adquirir o 'chip' de matrícula, disse hoje o ministro dos Transportes, António Mendonça.
O Governo exigiu hoje ao PSD "sentido de responsabilidade" em matéria de cobrança de portagens em autoestradas SCUT, vincando que aceitou adotar o princípio da universalidade reclamado pelos sociais democratas.
Nas SCUT do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata a cobrança de portagens começa a partir de 15 de outubro, diz a mesma resolução, que cria um regime de discriminação positiva para certos casos.
Algarve terá que esperar "anos" até haver alternativa adequada
Por sua vez o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve diz que a região vai ter que esperar "anos" até que haja uma alternativa "adequada" à Via do Infante.
Macário Correia mostrou-se preocupado com as consequências negativas que a cobrança de portagens provocará na economia regional, já que a requalificação da EN 125, que atravessa todo o Algarve, ainda agora começou.
"Ainda mal começaram as obras na EN 125 e já vamos ter portagens o que significa que não vai haver uma alternativa durante anos", sublinhou o também presidente da Câmara de Faro, acusando o Governo de faltar ao prometido, em declarações à Lusa,.
"Há menos de um ano, quando o PS andava em campanha para as eleições, foi prometido que não haveria portagens sem haver uma alternativa e agora o Governo está a fazer exatamente o contrário", afirmou.
Para Macário Correia, as medidas minimizadoras, os de discriminação positiva definidas pelo Governo "não resolvem o problema do Algarve", região com uma economia "muito interurbana" em que as empresas ou residentes percorrem diariamente distâncias "muito superiores" a 20 quilómetros.
Fonte: Observatório do Algarve