1074: Visita virtual à vila de Olhão
Ainda era vila “levantina” entre “o azul cobalto do céu e chapadas de cal”, quando se filmou o documentário que a Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão (APOS) publicou. Um passeio pela hoje cidade cubista. Veja o vídeo
Segundo revela a APOS, “são imagens de um documentário televisivo da RTP sobre Olhão, ainda antes de 1985, altura em que Olhão ainda era vila, provavelmente em 1980-84”.
Contudo, a associação não conseguiu saber o nome do programa, dos autores e a data definitiva com vista a atribuir os créditos do trabalho ao seu autor publicado no Canal da Apos no YouTube.
No documentário, o comentador cita o poeta João Lúcio (Pousão Pereira), natural de Olhão e uma das vozes do movimento Renascença Portuguesa ao lado de Teixeira de Pascoaes, entre outros vultos da literatura portuguesa, encantado com as “bocas de coral esmagadas de beijos” resguardadas pelo bioco, traje tradicional de Olhão, proibido pelo Governador civil de Faro em 1820.
Mas também a obra de Raul Brandão é citada, quandoexalta “o espectáculo plástico” que a vila de então oferecia, entre mirantes e açoteias.
A par da panorâmica sobre a arquitectura da cidade, cujo centro histórico, de ruelas intrincadas encimadas pelos terraços, mirantes, açoteias, lhe confere o título de cidade cubista, vão desfilando características das gentes da cidade.
Saber-se-á o que são sapatos de ourelo, chalocas ou clocs e o bioco, sem esquecer a marca da comunidade piscatória, a marca desde que “ali não houvera mais que palhotas”, como refere a inscrição da Igreja Matriz (1698), construída com as suas contribuições, através do Compromisso Marítimo.
Fonte: Observatório do Algarve