A população de cavalos-marinhos da Ria Formosa está a desaparecer, segundo indicam estudos recentes.
As razões para este fenómeno ainda não são totalmente conhecidas, mas a diminuição das áreas de abrigo e a fragilidade destes animais poderão estar na origem de uma diminuição drástica e súbita da comunidade que existe naquele local.
O investigador Miguel Monteiro, na apresentação que fez na conferência «Biodiversidade Costeira: Conservar, gerindo a compatibilização dos usos», revelou que a população de cavalos-marinhos da Ria Formosa, considerada até há bem pouco tempo uma das maiores e mais estáveis populações do mundo, diminuiu 85 por cento em menos de seis anos. A existência destes animais na Ria Formosa tem sido aproveitada como produto turístico.
Ao mesmo tempo, e provavelmente contribuindo para esta situação, estão a desaparecer as populações de ervas marinhas desta zona lagunar, o que afeta a produção de bivalves.
Algo que tem vindo a preocupar os profissionais que vivem da zona lagunar algarvia, já que o desaparecimento das pradarias marinhas põe em causa, por exemplo, a criação de amêijoa-semente.
Estes são apenas exemplos em que a conservação da natureza está a falhar, apesar do retorno económico associado a estas espécies ameaçadas. Noutros campos tem havido evolução, ou pelo menos alguma estabilidade, mas isso não impede que surjam novas preocupações.
É o caso da contaminação costeira, que apesar de apresentar uma evolução positiva no que toca «aos velhos contaminantes», está a ser influenciada por uma nova geração de poluentes.
Como frisou a investigadora Maria João Bebiano, que há muito estuda esta área, hoje em dia o que lhe causa mais preocupação são os fármacos, que se encontram em concentrações cada vez maiores.
Entre os novos contaminantes estão antibióticos, anti-depressivos, analgésicos e ansiolíticos, só para mencionar alguns.
Fonte: Barlavento Online