"Olhão era um sítio inexplorado, entre a Quinta do Lago e Tavira não havia hotéis com esta dimensão por isso achámos que era o local indicado. Para além disso, há milhões de turistas que vêem a Ria Formosa do ar, mas depois não a visitam. Se você perguntar a alguém, todos dizem que conhecem a Ria Formosa, mas na prática duvido que a conheçam realmente", adianta António Pereira, administrador do grupo Hotéis Real.
O grupo apostou em força na cidade ribeirinha, isto apesar nas quebras dos tradicionais mercados emissores e também nos preços: “Os preços na hotelaria quebraram em média 30 por cento face ao ano passado, no ano anterior já tinham descido 20 por cento e antes disso 10 por cento. Quer dizer isto que o turismo deverá estar com quebras na ordem dos 40 por cento face a 2007, que foi um dos melhores anos do turismo português”, explica António Pereira.
Este experiente gestor hoteleiro acredita que no futuro da hotelaria no Algarve, nada será como dantes: as unidades vão ter de baixar receitas e cortar nas despesas se quiserem sobreviver. Mas outra hipótese é a procura de mercados alternativos, como é o caso de Olhão.
“Nós temos aqui mercado francês e alemão, em busca do turismo de natureza e também até espanhol, que está a crescer, porque o turismo de natureza é uma coisa muito falada, mas pouco explorada”, diz o gestor. Paralelamente, o grupo Real aposta em Olhão na exploração de apartamentos turísticos, com 80 apartamentos entre T1, T2 e T3.
O Real Marina Hotel & Spa dispõe de 144 quartos, com decoração de inspiração árabe, 12 deles são suites e salas de conferências que, ao todo, poderão albergar até 1600 pessoas. Nos três hotéis – Real Santa Eulália, Real Bellavista (ambos em Albufeira) e Real Marina – o grupo emprega actualmente cerca de 450 pessoas.
Cinco estrelas em Olhão? Moss?
O administrador diz que a chegada a Olhão foi como que o “espetar de uma bandeira” num território ainda por explorar, e a entrada tinha de ser ‘em grande’: “Achámos que para aparecer aqui tinha de ser um hotel que marcasse fortemente a posição, para estadia e eventos mas que atraísse turismo”, diz.
“Aqui, aliás, não se pretende só alugar um quarto de hotel, mas ter serviços como a observação de golfinhos, de cavalos marinhos, observação de estrelas do mar na Ilha Deserta e a divulgação das ilhas”, acrescenta.
Para além dos quartos (de hotel e residenciais), o hotel aposta forte na gastronomia, com um restaurante aberto ao público externo e preços concorrenciais, que rondarão os 18 a 20 euros por pessoa. Para além disso, existe também o Real Spa Thalasso, com 10 salas de tratamento, jacuzzi, sauna e banho turco.
Pronto(a) para se despir?
Quem decidir rumar a Olhão, e deixar de lado a preguiça de abandonar o hotel, tem muito para descobrir fora, em especial na Ria Formosa.
Exemplo disso são os passeios nas Ilhas, programas de prova de ostras, observação de aves e até programas românticos,como explica Ricardo Barradas, da Natura, empresa especializada em turismo de natureza: “Temos pacotes românticos a dois, no mar e na ilha, em que deixamos as pessoas num montinho, completamente isoladas na maré vazia, apenas com um poema erótico e óleo de massagem. Depois fazem o que lhes apetecer”, diz.
Também há despedidas de solteira e solteiro e até casamentos a bordo, mas por enquanto não incluem noite de núpcias. Os programas são pagos à parte, com preços que oscilam entre os 10 e os 350 euros.
Fonte: Observatório do Algarve