1008: Congelados de luxo vão partir de Olhão
A Companhia de Pescarias do Algarve (CPA) vai erguer uma nova unidade fabril de processamento e congelamento de pescado e bivalves no Porto de Olhão antes do final do ano.
O objetivo da empresa algarvia é inaugurar a nova fábrica, cuja primeira pedra foi lançada na segunda-feira, a 2 de Dezembro, dia em que comemora 175 anos de existência.
A 31 de Maio, Olhão recebeu as comemorações oficiais do Dia do Pescador, com a presença do secretário de Estado das Pescas Luís Vieira.
Mas o ponto alto do dia foi o lançamento desta unidade fabril, bem como a assinatura de diversos protocolos que visam a instalação de explorações de bivalves em aquacultura off-shore.
À margem da sessão, o administrador da CPA António Farinha explicou que está em causa um investimento global de nove milhões de euros, que vai além das estruturas lançadas na segunda-feira.
«O que lançámos aqui hoje são projetos na ordem dos 3,5 milhões de euros, que correspondem à instalação da unidade de transformação e a dois projetos de produção de bivalves em off-shore na Área de Produção Aquícola da Armona. Cada um dos três projetos representa um investimento de cerca de um milhão de euros. A fábrica custará cerca de um milhão e 350 mil euros de euros», disse.
Nas aquaculturas off-shore, que a CPA quer ter instaladas e a produzir «dentro de quatro meses», será produzido «essencialmente mexilhão, mas também ostras e vieiras».
«Nesta unidade fabril, vai ser processada toda a produção desses dois projetos, mas também aquilo que será a produção de duas estruturas fixas para a captura de corvina e atum, que contamos ter implementadas no início do próximo ano», referiu ainda.
Estas armações situar-se-ão ao largo de Faro e Tavira, as armações «de Santa Maria e do Barril», respetivamente, e motivarão «um investimento na ordem dos cinco milhões de euros».
Quando a fábrica começar a laborar, a CPA vai criar «50 postos de trabalho diretos e 200 a 250 indiretos». «Assim que as duas armações estiverem a laborar, criaremos pelo menos mais 40 a 50 postos de trabalho diretos e cerca de 200 indiretos», assegurou António Farinha.
Quanto à operação propriamente dita, dividir-se-á em três setores distintos: o congelamento, o embalamento em atmosfera modificada e a comercialização em fresco. No que toca ao congelamento, será utilizada a técnica «melhor que há, que é a criogenia, que congela o pescado a menos 156 graus centígrados, o que mantém a qualidade do produto», permitindo à empresa entrar no mercado gourmet.
António Farinha admite que, «numa primeira fase, pode haver algumas dificuldades» em exportar. «Mas temos a certeza que, no futuro, mais de 75 por cento irá para o mercado externo. No caso dos bivalves, mais para o mercado espanhol e italiano e no caso do atum para o Japão e China», disse. «Ao fim de três anos, contamos produzir seis mil toneladas por ano, entre peixes e bivalves», rematou.
Este investimento da CPA conta com «uma comparticipação de 50 por cento a fundo perdido de fundos comunitários e nacionais», revelou, por seu lado, o secretário de Estado Luís Vieira, na cerimónia de lançamento da primeira pedra.
O membro do Governo considerou ainda que o lançamento da segunda fábrica no espaço de um mês no Porto de Olhão mostra que o setor da transformação de pescado «esteve adormecido, mas modernizou-se e mostra agora que está bem vivo».
A empresa algarvia parece apostada em fazer suas as palavras do secretário de Estado das Pescas e anunciou, na mesma cerimónia, uma segunda fase de investimentos que contempla dois projetos que ainda vão ser apresentados e motivarão um investimento global de seis milhões
de euros.
Fonte: Barlavento Online