A potencial abertura de uma barra natural na chamada Ilha da Fuzeta, num local em frente à localidade com o mesmo nome da praia, não causaria inundações na Vila. No fundo, seria de esperar um retorno à situação que se vivia nos anos 40 do século XX, altura em que a barra se situava sensivelmente nesse local.
A garantia foi dada ao barlavento.online pelo geólogo da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve Sebastião Teixeira, que já afirmou que há 50 por cento de hipóteses entre a formação de uma barra natural e a ocorrência de galgamentos do cordão dunar.
Numa entrevista dada ao jornal «Público», o presidente da Câmara de Olhão defendeu a realização de uma operação de emergência de reforço do cordão dunar da Ilha da Fuzeta, para evitar a abertura de uma barra, situação que, alegou, traria risco de inundações para a Vila da Fuzeta.
Sebastião Teixeira, por outro lado, diz que isso não deverá acontecer. «Caso se abra uma barra, formar-se-ão dois deltas de maré, um de enchente e outro de vazante», explicou.
Ao mesmo tempo, será de esperar «a formação de cabeços», já que a areia seria depositada pelo mar «em frente à Fuzeta». «Ainda se podem ver alguns bancos de areia que existem desde os anos 40», referiu.
Entretanto, a secretária de Estado do Ordenamento do Território Fernanda do Carmo visita amanhã, às 9h45, a Ilha da Fuzeta, para analisar os efeitos que o avanço do mar e as tempestades de Inverno estão a provocar naquela zona.
Após esta visita de trabalho, está programada uma reunião com responsáveis autárquicos e técnicos para a análise da situação e medidas a adoptar. Este encontro vai decorrer a partir das 11h15 nas instalações da Junta de Freguesia da Fuzeta.
O mar, que já deitou abaixo 29 casas clandestinas na Ilha da Fuzeta desde o início do Inverno, deverá voltar a fazer estragos no início da próxima semana, altura em que é esperada a ocorrência de uma tempestade, associada a marés vivas.
Tendo em conta as previsões, é possível que mais 10 casas sejam afetadas. A Ilha da Fuzeta conta com perto de 80 casas, todas de veraneio e identificadas no Plano de Ordenamento da Orla Costeira como imóveis a demolir.
Fonte: Barlavento Online