Seguindo a Via do Infante até ao seu término a Oeste ou Barlavento, segue-se para Aljezur, o concelho que conseguiu obter mais candidaturas aprovadas. Na fronteira com o Alentejo que a Ribeira de Seixe demarca, fica a praia de Odeceixe, cruzada pela foz da ribeira que ao desaguar forma caprichosas lagoas no areal. Esta praia, com cerca de 500 metros, insere-se na extremidade de um vale e é bordejada por arribas de xisto que são um excelente miradouro.
Viajando agora para Sul, rente ao litoral, breve se chega à Arrifana, uma aldeia enquadrada num extenso areal abrigado por falésias. A aldeia tem um pitoresco porto de pesca ligado à figura do príncipe e poeta muçulmano Ibn Caci que lá viveu. Merecem visita o Forte e o Miradouro da Arrifana, no cima da falésia, de onde se desfruta de uma das mais belas panorâmicas da Costa Vicentina. Daqui pode ver-se a Pedra da Agulha, uma rocha gigante erguida no meio do mar.
Entre a aldeia da Carrapateira, envolta por dunas onde se encontra grande diversidade florística e a da Bordeira, um pouco mais para o interior, rodeada por cerros e campos de cultivo, encontra-se o pinhal de Bordalete, que ocupa os chamados “Cabeços da Bordeira”, apresentando uma paisagem peculiar e de grande beleza devido à configuração do relevo, com elevações que podem chegar a cerca de 100 metros, bem próximas do mar.
É uma vasta área de 41 hectares de pinheiro manso, assente em areias. Toda esta zona é de grande valor ecológico. Por se tratar de um importante corredor migratório, muitas são as aves que por ali voltejam ou nidificam.
Pontal da Carrapateira
É um dos lugares mais encantatórios da costa vicentina e abrange a faixa costeira entre as praias da Bordeira e do Amado, com falésias altas e recortadas entrando pelo mar. A mancha de calcários da orla destas arribas distingue-se dos xistos predominantes da zona e a acção da água e do vento cria um rendilhado exótico, proeminente sobre o mar, aparecendo um sem número de minusculas enseadas de águas transparentes e rochas a pique.
Por aqui passam as aves planadoras nas suas migrações entre as zonas de invernada em África e de nidificação na Europa. Também se podem encontrar aves marinhas e costeiras, como o alcatraz e a andorinha-do-mar ou aves de rapina como a águia-calçada.
As falésias e arribas acolhem os ninhos da águia pesqueira do falcão-peregrino ou do francelho. Porém, uma das espécies mais comuns nas arribas marítimas é a Cegonha-branca.
Ponta de Sagres
A Ponta de Sagres (Vila do Bispo), seleccionada em duas categorias, Grandes Relevos e Zonas Marinhas, é dos mais carismáticos lugares nacionais.Ao património natural da zona, alia-se o património histórico e também o imaginário.
Este promontório rochoso, visível de muito longe e elevando-se 60m acima das ondas, sempre empolgou as imaginações. Não há, em toda a costa portuguesa, lugar com tão erma e trágica beleza, nem seria fácil encontrar refúgio e cenário mais propício para sonhar sempre mais alto e mais longe.
Os Romanos chamaram-lhe promontório sagrado, e antes deles terá aqui existido um santuário dedicado a Hércules. Os Árabes ergueram lá uma mesquita, e para os cristãos medievais foi aqui que deu à costa o corpo de São Vicente e o geógrafo árabe Idrisi conta que sobre a igreja pairavam 10 corvos e que, através dos seus crocitos, sabia-se de antemão o número de peregirnos que se aproximava. Daqui, as relíquias do santo terão sido levadas para Lisboa no tempo de D. Afonso Henriques, escoltadas pelos simbólicos corvos.
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
As maravilhas naturais até aqui citadas integram o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, uma longa faixa costeira (74788 hectares) desde a Ribeira da Junqueira (concelho de Sines) até Burgau (concelho de Vila do Bispo). É uma zona única a nível nacional e europeu, pelo elevado estado de conservação do litoral e riqueza ambiental e paisagística que a caracterizam.
Zona de interface mar-terra, possui arribas escarpadas caindo sobre o mar, praias de areia fina, zonas charneca, sapais, estuários, lagoas ribeiro e riachos e claro, um “alteroso mar”.
São conhecidos cerca de 750 espécies e algumas mais de 100 raras ou localizadas, incluindo não só as espécies consideradas vulneráveis portuguesas, como também diversas espécies estritamente protegidas na Europa.
Ria de Alvor
A Ria de Alvor é uma zona pequena com delicados equilíbrios ambientais e os seus esteiros e sapais funcionam como uma maternidade para muitas espécies de peixes, moluscos e crustáceos
A Ria de Alvor acolhe anualmente mais de 150 espécies de aves migratórias, num total de 255 espécies registadas de avifauna, quase 600 espécies de borboletas, 22 espécies de libélulas entre outras.
Parque Natural da Ria Formosa
O Parque Natural da Ria Formosa estende-se desde a praia do Ancão (Loulé) até à da Manta Rota (Vila Real de Santo António), marcando ainda o litoral dos concelhos de Faro, Olhão, e Tavira.
Devido aos canais formados sob a influência das correntes de maré, numa rede intrincada entre água, areia e flora, beneficiamos de idílicas paisagens, com dunas, ilhas e canais únicos. É uma zona húmida de importância internacional como habitat de aves aquáticas, sendo que o próprio símbolo do Parque é o caimão-comum, uma espécie rara que em Portugal existe e se reproduz exclusivamente nestes lugares algarvios.
A águia de asa redonda, o flamingo também gostam de andar pró aqui, bem como o camaleão, quase extinto na Europa.
O Parque Natural da Ria Formosa tem sede em Olhão, na Quinta de Marim, que convida a um percurso pedestre interpretativo onde se pode melhor observar a riqueza desta paisagem protegida.