828: Sismo: Denúncias de fissuras em Portimão alegadamente devidas ao abalo encaminhadas para a Câmara
Protecção Civil de Portimão está a encaminhar as denúncias de rachas e fissuras em habitações recebidas por cidadãos, alegadamente devidas ao sismo de hoje, para o departamento de Obras da Câmara.
Em declarações à Lusa, responsáveis dos serviços municipais de Protecção Civil de Portimão e de Lagos disseram que "apesar da intensidade do sismo, não se registaram danos pessoais, nem materiais".
Contudo, um dos responsáveis da protecção civil de Portimão, revelou que foram recebidos alguns relatos de pessoas que alegam "ter fissuras e rachas nas paredes das habitações".
Segundo o mesmo responsável, "as denuncias estão a ser encaminhadas para os serviços de obras da autarquia, para que sejam verificadas".
O sismo registado hoje de madrugada, sentido com maior intensidade no Sul do país, provocou algum receio na população de Portimão e Lagos, tendo algumas pessoas saído para a rua apenas com a roupa que tinham no corpo.
O sismo com magnitude 6.0 na escala de Richter, e com o epicentro localizado a cerca de 100 quilómetros a Oeste-Sudoeste do Cabo São Vicente, foi registado à 01:37 desta madrugada, e segundo as autoridades algarvias, não provocou vítimas ou danos materiais.
"Estava deitada e acordei com tudo a abanar. Levantei-me, acordei o meu marido e os meus filhos, descemos as escadas a correr e saímos para a rua em pijama e só de meias nos pés", disse à Lusa Fernanda Rosa, que habita o 13.º andar de um edifício de 20 andares, na Praia da Rocha, em Portimão.
"Nunca tinha sentido nada assim. Fiquei tão assustada que cheguei a temer o pior, quando vi vários móveis a moverem-se e coisas a caírem das prateleiras", observou.
Para Fernanda Rosa, a "grande preocupação" foi sair de casa, o mais depressa possível, com a família. "Não pensei em mais nada. Nem me lembrei do telemóvel que é uma coisa que nunca largo".
Segundo aquela moradora de Portimão, a maioria dos habitantes do prédio "fugiram" para o exterior do edifício, "algumas de pijama e outras em roupa interior", tendo o regresso a casa ocorrido largos minutos depois "mas sempre com receio de um novo abalo".
O sismo provocou também "apreensão" em vários habitantes de Lagos, que recearam que o abalo "pudesse ter consequências maiores" devido à sua intensidade.
José Cabrita, de 68 anos, morador em Lagos, disse à Lusa "não ter memória de uma coisa do género em toda a vida".
"Havia poucos minutos que tinha chegado a casa e preparava-me para deitar. Comecei a ouvir um som, tipo vento forte, seguido de uma espécie de explosão. Depois começou tudo a abanar", observou.
"Comecei a gritar pela minha mulher e fugi para a rua, em camisola interior, de calças de pijama e com um chinelo", recordou José Cabrita.
Aquele habitante de Lagos, acrescentou que "o medo foi tão grande" que só passados largos minutos é que regressou a casa, "apenas para ir buscar roupa e calçado", permanecendo na rua com alguns vizinhos, durante o resto da noite.
Fonte: Barlavento Online/Lusa