789: Tavira prepara-se para energia ao vento
Um parque eólico em Tavira, com capacidade para abastecer todo o concelho e ainda dar para energia de sobra, está a aguardar parecer ambiental.
Um total de 130 Gigawatts/hora por ano, suficiente para abastecer de energia uma população de mais de 30 mil habitantes. É esta a capacidade prevista do Parque Eólico do Malhanito, na Serra do Caldeirão, em Tavira, um projecto que está a aguardar parecer sobre o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) por parte da Agência Portuguesa do Ambiente. O parque eólico, localizado a sudoeste de Cachopo, prevê 29 aerogeradores de 2 Megawatts capazes de produzir energia correspondente ao consumo de cerca de 7,5% dos residentes no Algarve e a cerca de 1,2 vezes a população do concelho de Tavira. Ainda que fique em plena Serra do Caldeirão, a área de estudo desenvolve-se a Norte do limite do Sítio e Zona de Protecção Especial Caldeirão, “não existindo qualquer interferência com áreas de Rede Natura 2000”, afirma o EIA. O EIA foi elaborado entre Maio de 2007 e Fevereiro de 2009, a pedido da empresa promotora – a ENEOP 2 - do Agrupamento Eólicas de Portugal. Segundo o Estudo de Impacte Ambiental do projecto que se encontra em fase de estudo prévio - isto é, que necessita de parecer ambiental favorável para poder avançar -a ligação à rede pública será feita através de uma linha aérea a 60 kV, com uma extensão aproximada de 8,4 km de ligação. O corredor da linha eléctrica a 30 kV (ligação aérea interna) e a 60 kV (ligação à rede) atravessa, numa extensão de cerca de 14 km, a freguesia de Cachopo. Objectivo: limitar emissões de CO2 O projecto do Parque Eólico de Malhanito enquadra-se no âmbito do programa do Governo “Dinamização do Cluster das Energias Renováveis”, com vista ao cumprimento do Protocolo de Quioto, que pretende limitar até 2010, o aumento das emissões de gases com efeito de estufa a 27% relativamente aos valores de 1990. Recorde-se que da Directiva– Quadro da UE relativa à produção de energia eléctrica com base em fontes renováveis resulta o objectivo de instalar até 2010 em Portugal uma potência de 3 750 MW de origem eólica. Para além disso, e de acordo com uma das principais linhas orientadoras das Grandes Opções do Plano 2005– 2009, definido em Julho de 2005 pelo Estado Português, o Governo lançou um concurso internacional para atribuição da potência eólica, tendo em vista cumprir a meta dos 39% de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis. “A energia eólica tem um papel de complementaridade na produção de energia eléctrica e contribui para a diversificação dos modos de produção e para diminuir a nossa dependência energética do exterior, materializada na importação de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão)”, afirma a Direcção Geral de Energia e Geologia, entidade que licencia este tipo de projectos. “Por cada MWh de energia eléctrica de origem eólica são reduzidas entre 0,8 a 0,9 toneladas de emissões de gases com efeito de estufa que seriam produzidas pela utilização dos combustíveis fósseis na produção de energia eléctrica”, recorda a DGEG.
Fonte: Observatório do Algarve