758: Previstas 17 derrocadas controladas em arribas do Algarve e da região Oeste
As situações de arribas em maior risco detectadas na inspecção extraordinária efectuada em todo o litoral nacional são as das regiões do Algarve e Tejo, sobretudo na zona Oeste, onde serão feitas até ao final do mês 17 derrocadas controladas.
Fonte: SIC
De acordo com a avaliação extraordinária de risco de arribas efectuada a nível nacional após o acidente na praia Maria Luísa, no Algarve, onde morreram cinco pessoas, na Região Hidrográfica do Algarve foram vistoriadas 70 praias e vedados 13 locais por risco de desabamento de arribas.
Os dados foram revelados pelo ministro do Ambiente, Nunes Correia, que sublinhou que não há qualquer zona concessionada em situação de risco.
"Por mais intervenção que haja há sempre um risco potencial, porque um terço da costa portuguesa é arriba, mas não há nenhuma zona concessionada em situação de risco", afirmou o governante.
"Fora das zonas balneares há áreas assinaladas como de risco e as pessoas devem ser responsáveis", acrescentou o ministro, destacando que na semana anterior ao acidente na praia Maria Luísa, ocorrido a 21 de Agosto, "a equipa que lá passou não detectou qualquer agravamento da situação de risco potencial que pudesse transformar-se em risco real, como infelizmente aconteceu".
Nunes Correia destacou ainda a "margem de imprevisibilidade na natureza" para afirmar que, apesar do relatório técnico final que apontará as causas do acidente na praia Maria Luísa ainda não estar pronto, entre os factores que poderão ter contribuído para o desastre podem estar "o sismo ocorrido três dias antes, as marés altas e agressivas e as grandes amplitudes térmicas/dias muito quentes".
"Não acordámos para o litoral com este infeliz acidente, mas seria uma irresponsabilidade não olhar de novo, não fazer o 'double check' ", afirmou Nunes Correia a propósito da inspecção extraordinária realizada pelas administrações das regiões hidrográficas do Norte, Centro, Tejo, Alentejo e Algarve.
De acordo com a síntese da avaliação de risco de arribas hoje divulgada, no Algarve foram feitos três desabamentos controlados (Oura, Oura Leste e Maria Luísa, todas no concelho de Albufeira) e estão programados outros em 13 praias diferentes, nos concelhos de Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Lagoa, Silves e Albufeira.
No Algarve estão igualmente vedados 13 locais de risco em 11 praias e estão sinalizadas 67 praias com um total de 258 placas de risco.
O ministro Nunes Correia sublinhou ainda que foram disponibilizadas às autarquias outras 100 placas de sinalização de risco, para substituir as que forem desaparecendo, "muitas delas por puro vandalismo".
A Administração Hidrográfica do Tejo, que tem a seu cargo 290 quilómetros de costa, detectou situações de risco iminente e vedou 15 zonas em praias dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Peniche, Lourinhã, Torres Vedras, Mafra, Sintra e Sesimbra.
Foram igualmente efectuadas derrocadas controladas em três casos (Almagreira, em Peniche, Amoeiras, em Torres Vedras e na Bafureira, em Cascais) e estão programadas outras quatro na arriba Norte do Vale Furado (Alcobaça), no troço entre a praia D' El Rey e a praia Rei Cortiço (Óbidos), no troço entre as praias Baleal Norte e a Almagreira (Peniche) e na Ribeira de Ilhas (Mafra).
14 locais de risco muito elevado:
- Sul da Ilha do Pessegueiro;
- Sul da Praia do Malhão;
- Norte da Praia da Zambujeira do Mar;
- Norte da Praia do Carvalhal;
- no Porto da Lapa das Pombas;
- alguns troços de arriba ao longo do acesso entre Almograve e o Porto de Pesca;
- Porto da Azenha do Mar;
- pesqueiros do Malhão, do Penduradouro e do Carvalhal
- praias da Califórnia, da Comenda, da Anixa e do Porto de Abrigo.
4 locais de risco elevado
- praia da Ribeira do Cavalo;
- praia da Falésia;
- praia de Albarquel;
- Passadiço da Praia de Albarquel.
6 locais de risco médio
- praia da Cova da Mijona;
- praia da Ribeira do Cavalo (Este);
- praia do Forte de Albarquel
14 locais de risco baixo
No troço Sado-Sines foram avaliadas as arribas junto às praias da Raposa, dos Pinheirinhos, da Galé Fontainhas e Norte (Canto-Mosqueiro), mas "não foram identificados riscos de instabilidade que indiciem perigo iminente", acrescenta o documento.