No entanto, os últimos dados conhecidos, referentes ao ano de 2007, revelam que os casos mais graves foram registados na estação David Neto (Estrada de Alvor - Portimão), com 113 dias de excedências, e na estação Município (Av. do Município – Albufeira), com 48 dias de excedências.
As conclusões são da QUERCUS que no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, a analisou os dados para o poluente Partículas Inaláveis (PM10) disponibilizados pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do país, disponibilizados na Base de Dados On-line Sobre a Qualidade do Ar (www.qualar.org), gerida pela Agência Portuguesa do Ambiente
Todavia, na página oficial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve refere-se que “ a rede de monitorização da qualidade do ar da região do Algarve, é composta por sete estações de monitorização a funcionar em contínuo, com o principal objectivo de avaliar a qualidade do ar nos locais de maior densidade populacional, com vista à protecção da saúde humana da população exposta”.
Porém, os únicos resultados aí disponíveis reportam-se a 2004 e indicam “excedências para a Estação de Monitorização Urbana de Tráfego Afonso III, em Faro, o que levou à elaboração de um documento para estabelecer Planos e Programas de Melhoria da Qualidade do Ar, para a área abrangida”.
No plano desenvolvido para a melhoria e qualidade do ar o tráfego rodoviário (2004)surge como o grande factor de poluição, a que acresce os incêndios florestais e ainda corrente e vento do deserto.
Quanto a medidas de curto prazo a implementar, elas deveriam ter surgido em 2007 e referiam-se ao estímulo para a utilização do transporte público com a criação de um bilhete intermodal (para as zonas de Faro/Olhão) campanhas informativas a desenvolver em parceria com a Universidade de Algarve e acções de sensibilização com as Juntas de Freguesia junto da população.
A última actualização da página reporta a Janeiro de 2008 e encaminha os utilizadores para Agência Portuguesa do Ambiente. , onde apenas surgem dados relativos à cidade de Faro.
Em situação idêntica ao Algarve, isto é, sem dados actualizados está o Alentejo onde, segundo a Quercus, a CCDR não forneceu dados.
Norte melhorou Lisboa na mesma
Relativamente aos dados da CCDR Norte, "o panorama dramático que se viveu em 2006 e 2007 no Norte do país melhorou substancialmente", salienta a Quercus.
Com efeito, em 2007 houve 18 estações que ultrapassaram os limites enquanto em 2008 foram registadas apenas 3 estações a ultrapassar o número máximo de dias com níveis excessivos de partículas inaláveis: Vila do Conde com 79 dias em excesso, Espinho com 69 dias em excesso e Matosinhos- Perafita com 40 dias em excesso.
Já em de Lisboa e Vale do Tejo os problemas mantêm-se, apenas com algumas melhorias, nas estações de Entrecampos, Cascais e Setúbal.
Por outro lado, a nova estação de monitorização da qualidade do ar que entrou em funcionamento em Santa Cruz de Benfica este ano está a registar níveis de poluição semelhantes aos da Avenida da Liberdade em Lisboa, Espinho e Vila do Conde, os três piores no país.
Nesta região, em 2008, 4 estações ultrapassaram o limite máximo de excedências diárias para o poluente partículas inaláveis: Av. da Liberdade com 80 dias em excesso, Seixal- Paio Pires com 63 dias em excesso, Barreiro- Escavadeira com 46 dias em excesso e Barreiro- Alto Seixalinho com 42 dias em excesso.
Estes mesmos locais, embora ainda se esteja a mais de 3 meses do fim do ano, voltaram a ultrapassara em 2009 o número máximo de dias com ultrapassagem (limite de 35 dias por ano), com a nova estação de monitorização da Santa Cruz de Benfica a registar até à data 56 dias em excesso.
Recorde-se que a poluição atmosférica em Portugal é responsável por mais de 4000 mortes prematuras por ano, tendo a Comissão Europeia aberto recentemente um processo de contencioso contra o país por não estar a garantir em vários pontos do país os níveis mínimos de qualidade do ar estabelecidos por lei.