725: Governo lança nova estratégia para adaptação ao clima
O Instituto de Meteorologia deverá coordenar uma revisão dos impactos das alterações climáticas em Portugal, segundo um plano governamental colocado hoje em discussão pública. Conhecer melhor o que vai acontecer no país é um dos pontos centrais da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, divulgada pelo Ministério do Ambiente e que estará em discussão até 4 de Setembro.
A estratégia prevê a revisão dos resultados do projecto SIAM, no qual cientistas de diferentes instituições nacionais avaliaram o que acontecerá em Portugal num clima diferente. Os cenários até agora avaliados apontam para um aumento significativo da temperatura média em todo o país, até ao fim deste século. Com isso, poderá haver mais ondas de calor e maior risco de incêndios.
Quanto à precipitação, as incertezas são maiores. Genericamente, até agora os resultados apontam para menos chuva, especialmente no Sul de Portugal continental.
A estratégia divulgada hoje traz apenas “os contornos gerais das linhas de acção” que devem ser postas em prática no médio prazo, de modo a adaptar melhor o país a um futuro mais quente.
Entre as ideias do documento está o desenvolvimento de “indicadores e padrões de referência que permitam acompanhar as modificações do clima e os seus impactes”. Aponta-se também para a possibilidade de planos, programas e projectos terem de ser “validados” em termos climáticos, de modo que contenham salvaguardas quanto aos efeitos do aquecimento global.
A estratégia parte, porém, do ponto zero e o seu primeiro passo é nomear grupos de trabalho em diversos ministérios, para fazerem o trabalho de identificação dos impactos e das potenciais medidas de adaptação.
Não haverá linhas de financiamento específicas numa primeira fase. As despesas serão suportadas pelos organismos directamente envolvidos nos trabalhos.
A estratégia tem um horizonte inicial de dois anos. Até lá, deverão ser feitos os relatórios dos grupos técnicos, um relatório de progresso global e uma proposta para novos trabalhos.
Fonte: Publico (http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1392269&idCanal=92)