O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões, aproveitou o lançamento da Comissão Distrital de Defesa da Floresta, para recordar que este ano deverá ser mais propício a incêndios florestais, muito por culpa das altas temperaturas que já se fazem sentir.
“O mais provável é que tenhamos, tendo em conta as últimas temperaturas, um Verão difícil. Estão anormalmente altas para esta altura do ano e o dispositivo de combate está a preparar-se para essas circunstâncias”, disse Ascenso Simões depois da cerimónia, que teve lugar esta manhã no Governo Civil de Faro.
O secretário de Estado recorda que que até 300 ignições por dia, “o dispositivo responde bem”, mas têm de se certificar que não há comportamentos de risco nas florestas e para isso será lançada, em Abril, uma campanha nacional para a limpeza de terrenos.
“Temos de actuar perante as pessoas que não tomem atitudes para limpar nos 50 metros à volta das suas casas. A GNR tem de fiscalizar a limpeza e as câmaras municipais têm de aplicar as coimas”, avisou.
Floresta vale milhões
Segundo Ascenso Simões, a floresta portuguesa vale 3 por cento do PIB e compõe 12 por cento das exportações portuguesas: “Um valor superior às empresas Autoeuropa e Quimonda juntas. É uma realidade concreta. Não quero que por isso se desvalorize essas empresas, mas a floresta portuguesa tem grande valor”.
“Os anos eleitorais são os mais problemáticos”
A Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, está de acordo com o secretário de Estado no que diz respeito a ser um ano complicado e lembrou que em ano de eleições há mais incêndios florestais.
“Os anos eleitorais, estatisticamente, são os anos mais problemáticos. Não acredito que haja quaisquer motivações políticas por detrás destes números e espero que esta estatística seja quebrada este ano”.
A partir desta semana será destacada uma comissão distrital e a região algarvia terá um técnico da área florestal a trabalhar a tempo inteiro, “para facilitar a ligação entre os elementos da comissão”, afirmou Isilda Gomes.
Fonte: Observatório do Algarve