592: Cientista norte-americana estuda comunicação entre os golfinhos no Algarve
Uma cientista norte-americana está no Algarve a desenvolver um estudo sobre o comportamento dos golfinhos perante certos estímulos e acredita conseguir contribuir para um maior conhecimento do complexo cérebro destes animais.
Desde há quase um mês, que diariamente Dominie Writt faz electro-encefalogramas a alguns golfinhos do parque aquático Zoomarine, em Albufeira, para registar a sua actividade cerebral na presença de diferentes sons.
O objectivo é tentar desvendar alguns aspectos da comunicação entre estes mamíferos, submetendo-os a diferentes estímulos, nomeadamente, assobios que lhes são desconhecidos e outros familiares.
"Cada assobio é como um sinal diferente que serve um propósito de comunicação e nesse sentido pode quase ser considerado uma palavra", refere a investigadora do Departamento de Neurofisiologia da Universidade do Kansas.
Ao medir a actividade cerebral, Dominie fica a conhecer qual a reacção dos golfinhos quando lhes são apresentados sons de golfinhos do mesmo grupo, de outros que lhes são desconhecidos e tons desconexos.
Para tal, é colocado debaixo de água um altifalante que vai reproduzindo aleatoriamente os assobios e outros tons, enquanto os golfinhos permanecem imóveis com eléctrodos colocados no dorso.
Os aparelhos colados à pele dos golfinhos estão ligados ao computador de Dominie, que produz gráficos com a actividade cerebral dos animais, enquanto a cientista ouve o que se passa debaixo de água com uns auscultadores.
Os sons são todos gravados através de um hidrofone, numa operação que a cientista realiza duas vezes por dia com três golfinhos - Apolo, Lótus e Hugo -, com o apoio de uma estudante portuguesa de mestrado em Psicologia.
A investigadora acredita que o seu estudo poderá contribuir para um conhecimento mais aprofundado da comunicação entre os golfinhos, que no futuro poderá estender-se a outros cetáceos.
De acordo com Dominie, aqueles três animais foram escolhidos por terem demonstrado ser os mais cooperantes e estiveram a ser preparados durante cerca de um ano para participar no estudo.
Quase de malas feitas para regressar aos Estados Unidos, a psicóloga deverá agora demorar uns bons meses até compilar e analisar todos os dados recolhidos, que serão depois publicados em estudo.
Fonte: LUSA