583: Lixeira a céu aberto em Olhão já chegou à CCDRA (com fotos)
A Câmara de Olhão está a utilizar um terreno situado perto do novo Cemitério, na estrada entre a cidade e Quelfes, para depositar lixo.
A denúncia surgiu da associação cívica olhanense «Somos Olhão!» e já motivou a deslocação do Serviço de Protecção da Natureza (Sepna) da GNR ao local, segundo o «barlavento» apurou junto desta força policial.
O nosso jornal esteve no local e constatou que, num terreno vedado, onde se podem ler junto do portão dois cartazes, um a avisar que se trata de uma propriedade privada e outro, curiosamente, a proibir o vazamento de entulho, se amontoa lixo de diversa espécie.
Além de resíduos verdes, que serviam na altura de pasto a um rebanho de cabras, também era possível ver, numa zona mais interna do terreno, sacos de plástico amontoados e outro tipo de lixo.
O Sepna ter-se-á deparado com um cenário muito semelhante, uma vez que esteve no local poucos dias antes da reportagem do «barlavento», no «dia a seguir à denúncia» da associação «Somos Olhão!» ter sido feita.
Ainda assim, a autarquia não terá sido autuada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que disse ao nosso jornal também ter sido informada do assunto e que já havia agendado uma reunião com o executivo camarário olhanense, no sentido de resolver a situação.
«Existe uma lixeira que não está legalizada. Esta semana vamos ter uma reunião e dizer à autarquia que terá de cumprir uma série de requisitos», revelou fonte da CCDRA. «Estamos, de forma pedagógica, a tentar resolver esta situação», adiantou.
A Câmara de Olhão defendeu-se e disse ao «barlavento» que não se trata de uma lixeira e sim de uma «estação de transferência», onde os serviços depositam o lixo que recolhem em vários pontos do concelho, antes de os separar e dar seguimento, nomeadamente para os aterros da empresa Algar.
Mas, da parte da CCDRA, chega a garantia de que esta situação «é semelhante à que aconteceu em Lagoa», que o «barlavento» revelou em Outubro do ano passado.
Neste caso, tratava-se da antiga lixeira municipal, que nunca foi desactivada, mesmo com a entrada em funcionamento do Aterro Sanitário do Barlavento. Também aqui a CCDRA optou por uma atitude pedagógica.
Além destes dois casos, existem mais «três ou quatro» referenciados no Algarve, diz a CCDRA. «O que as autarquias têm de fazer é formalizar a situação e passar a cumprir os requisitos necessários» para manterem um depósito desta natureza, ainda que temporariamente.
É que, mesmo cumprindo estes requisitos, a ideia é que se crie um plano que permita eliminar estas áreas a médio prazo, através da transferência destes resíduos para os locais próprios e encerramento dos depósitos improvisados.
No caso de Lagoa, também foi realizada uma reunião entre a CCDRA e a autarquia local, após a qual a Câmara de Lagoa foi obrigada a retirar todos os resíduos da lixeira. O porta-voz daquela entidade deu a entender que o procedimento em relação a Olhão será parecido.
Ainda há bem pouco tempo a empresa Algar, responsável pela recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos na região, foi galardoada com a certificação de qualidade ambiental ISO 14000.
Apesar de esta entidade não ter responsabilidade nestes casos, a existência de lixeiras a céu aberto pode comprometer a imagem de um Algarve amigo do ambiente, que esta certificação atesta.
Assim, o objectivo da CCDRA é tratar destas situações através do diálogo, para que seja possível criar uma programação «para as extinguir de vez».
Fonte e Fotos: Barlavento Online
Em pleno século XXI, ainda existem situações destas em pleno Algarve, uma zona conhecida pelo turismo, mas que mostra que está muito atrasada em termos ambientais, Olhão será o pior exemplo nesta região. Lixeiras a céu aberto, etar's deficientes em que o cheiro é insuportável. Uma cidade que tem a fama de ser a Capital da Ria Formosa, mas no que diz respeito ao ambiente tem muito pouco.