477: Cerca de 200 empregados não podem regressar à fábrica de Olhão e empresa tentará processo judic
Os cerca de 200 trabalhadores da fábrica Bela Olhão que encerrou portas não vão poder regressar ao trabalho e o sindicato que os representa vai accionar uma acção judicial contra a empresa, disse hoje à Lusa fonte sindical.
"Os trabalhadores estão despedidos (…) e não vão poder regressar à empresa", afirmou à agência Lusa Moisés Caetano, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Industrias Alimentares, das Bebidas e do Tabaco (Sintab).
À margem de uma reunião que decorreu esta tarde em Faro, entre membros do sindicato e da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), Moisés Caetano explicou que os 179 trabalhadores da Bela Olhão só agora começaram a receber as declarações de despedimento.
O Sintab defende que o despedimento foi realizado com "algumas ilegalidades" e só agora é que a empresa está a tentar entrar na legalidade ao fornecer as declarações de despedimento aos trabalhadores.
Com base nas ilegalidades, Moisés Caetano declarou que os trabalhadores vão "agir judicialmente contra a empresa de imediato".
Segundo informações que obteve, o Sintab afirma que a empresa se "prepara para tirar algum material de dentro da empresa".
"Parece ter sido dito aos trabalhadores que a empresa cederia algumas máquinas aos fornecedores dessas mesmas máquinas, para atenuar a dívida que tivesse com eles", adiantou o sindicalista, referindo que numa situação de quase falência da Bela Olhão "não se pode estar a privilegiar alguns credores em detrimento de outros".
Os funcionários estão a ser encaminhados para o fundo de desemprego, uma medida considerada "precipitada" pelo sindicato, mas compreensível "tendo em atenção as necessidades dos trabalhadores não havia outra hipótese".
A Bela Olhão foi uma das fábricas de conservas de peixe a laborar até ao século XXI.
Foi adquirida em 1996 por um empresário árabe que pretendia apostar na produção de conservas de peixe, nomeadamente de sardinha com pele e sem espinha.
As dificuldades de escoamento encontradas em mercados como o norte-americano acabaram por levar à decisão de, nos últimos cinco anos, reconverter a fábrica para a produção de comida para animais.
Fonte: LUSA