"Parte das intervenções constantes no programa Polis Ria Formosa estão programadas até Dezembro deste ano e, dado que estão dependentes parcialmente de fundos comunitários, terão que arrancar no terreno até ao fim do ano".
Quem o diz é Valentina Calixto, presidente da Sociedade Polis Ria Formosa, que declara que o Plano de Pormenor da Ilha de Faro já está em fase de concurso, bem como todos os projectos de intervenção e requalificação das ilhas e ilhotes e a remoção e requalificação da Ria, com a remoção de resíduos e embarcações abandonadas.
“Os ilhotes deverão estar requalificados antes do início da época balnear”, garante a responsável, ao Observatório do Algarve.
Outros projectos incluem a requalificação do Centro Ambiental de Marim, com a recuperação do Chalé João Lúcio. O edifício, onde ficará sedeado o Polis Ria Formosa, é um dos dois expoentes únicos da arquitectura simbolista em Portugal, a par da Quinta da Regaleira. Na zona envolvente, será também recuperado o moínho de maré existente, e requalificada a zona florestal.
Noutras áreas, o Polis prevê ainda a definição de um plano de mobilidade e circulação na Ria (concurso até Dezembro), bem como os projectos de cais de acostagem e fundeadouros, cujo concurso está actualmente em fase de preparação.
Mais tarde, será realizada a consolidação dos sistemas dunares e efectuadas dragagens, num projecto que assenta em estudos já existentes, da Universidade do Algarve e que pretende melhorar a qualidade da água dentro da Ria, beneficiando fundamentalmente os viveiristas. Este projecto será complementar a um outro, o plano de gestão e valorização de sectores de actividade, envolvendo o IPIMAR, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas e a Direcção Geral das Pescas.
Por fim, será elaborado pela sociedade Polis um plano de requalificação da rede hidrográfica, que incluirá limpeza de ribeiras, requalificação dos leitos e linhas de água e a valorização das zonas envolventes com espaços de lazer, até um máximo de 500 metros de distância do domínio hídrico.
Este plano está orçado em cerca de 2 milhões de euros, sem contar com a recuperação da zona do Rio Seco, em Faro, que estará interligada com a construção da segunda fase da variante, onde serão investidos 3 milhões de euros, conjuntamente com outras entidades.
No total, até Dezembro, a sociedade Polis diz que serão investidos 2,8 milhões de euros em todos os projectos.
Até Fevereiro, deverá estar concluído o levantamento das construções existentes nos espaços edificados a renaturalizar nas ilhas-barreira e ilhotes, a parte mais complexa do novo Polis Ria Formosa, uma vez que irá implicar várias demolições.
Recorde-se que o programa, em que participam as autarquias de Olhão, Faro, Loulé, Tavira e Vila Real de Santo António, terá à sua disposição uma verba de 87 milhões de euros, para executar até 2012, dos quais 42 milhões são de financiamento comunitário. Em termos de municípios, Faro é a autarquia com a maior fatia do capital social, com 14 por cento, seguida de Olhão com 11 por cento, Tavira com 7 por cento e Loulé com 3 por cento. Vila Real de Santo António, apesar de integrar a sociedade, não entrou com capital. Quanto ao financiamento não-autárquico (45,4 milhões), distribui-se entre o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional (14,1 milhões), as autarquias envolvidas (8,5 milhões) e entidades como o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e o Ministério da Economia e Inovação (13,7 milhões no global).
O Plano de Intervenção desta área de paisagem protegida abrange 19.245 hectares, com 48 quilómetros de frente costeira e 57 quilómetros de frente de ria, num total de 12 praias.