449: Linha ferroviária algarvia com milhões de prejuízo
A linha ferroviária regional do Algarve tem anualmente cerca de cinco milhões de euros de prejuízo.
Segundo Luís Silva Alho, gestor das linhas do Alentejo e Algarve da CP Regional, as receitas obtidas com o tráfego na rondam os três milhões de euros por ano, representando os custos anuais cerca de oito milhões.
O gestor falava hoje em Faro durante a palestra "A Ferrovia, o Algarve e a Europa", promovida pelo PSD/Algarve no âmbito do ciclo de conferências do Pontal.
Na sua apresentação, o gestor afirmou que a capacidade de oferta instalada na linha ferroviária regional do "é muito superior à procura", pelo que "tem capacidade para captar mais tráfego, caso ele exista".
Por ano, a Linha Regional do Algarve transporta cerca de um milhão e 900 mil passageiros, sendo a cota de mercado na sua área de influência de apenas um por cento, considerando as deslocações em todos os meios de transporte, segundo Luís Silva Alho.
O estado de degradação de algumas plataformas e estações e a deficiente articulação com outros meios de transporte são alguns dos pontos negativos da linha ferroviária do Algarve, disse também.
Luís Silva Alho salientou ainda que a Linha Regional do Algarve é caracterizada pelo facto dos vários troços apresentarem estados de conservação "muito desiguais".
Outro dos oradores na conferência foi o ex-ministro das Obras Públicas e ex-presidente da Câmara de Lisboa (eleito pelo Partido Social Democrata), Carmona Rodrigues, que traçou um panorama dos comboios de alta velocidade no mundo e falou das suas vantagens.
O actual vereador da Câmara de Lisboa, que enquanto ministro assinou do lado português o acordo sobre o mapa e o calendário do TGV na cimeira luso-espanhola de 2003 defendeu assim que uma das principais vantagens da alta velocidade é a grande capacidade de transporte, que pode atingir os 360 mil passageiros por dia.
Questionado sobre a possível candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa, pelo PSD, Carmona Rodrigues não quis fazer comentários.
Fonte: Observatório do Algarve