A marca Parques de Portugal, lançada pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) pretende ser utilizada na designação de áreas protegidas em acções de divulgação desses espaços.

Os objectivos desta iniciativa passam por “valorizar os produtos, as actividades económicas e as iniciativas que se desenvolvam dentro da rede nacional de áreas protegidas, dentro dos parques, que contribuem para o seu desenvolvimento e para a valorização das populações que aí residem ou que aí têm as suas actividades económicas”, explica João Alves, director do Parque Natural da Ria Formosa (PNRF) ao Observatório do Algarve.

O representante do ICNB explica ainda que a escolha do nome Parques de Portugal teve em conta a variedade de áreas protegidas que existem no país.

“Os parques são entidades concretas, ligadas ao território, a espaços definidos e que serão sempre parques naturais. Uma vez que dentro das áreas protegidas existem parques naturais, reservas naturais, parques nacionais optou-se por ficar só Parques de Portugal e não Parques Naturais de Portugal”, refere.

Aproximar a população de áreas vivas

O responsável defende que as áreas protegidas devem ser valorizadas, tal como as populações e as actividades económicas que lá habitam e se desenvolvem.

“Há muito do nosso património natural, especialmente ao nível das espécies, que depende de determinado tipo de actividades económicas”, refere e sublinha que com a marca Parques de Portugal essas actividades podem ser mantidas e promovidas.

João Alves defende porém que devem ser as próprias populações a criarem as condições ideias que levem os turistas a visitarem as zonas.

No que consiste a Parques de Portugal?

“A Parques de Portugal é um conceito que funciona como marca de certificação, que poderá ser utilizada por determinadas empresas, associações, entidades ou eventos que se compatibilizam com a preservação dos valores”, explica João Alves.

Os interessados em associarem actividades ligadas à natureza a este conceito apenas têm de apresentar uma candidatura junto do ICNB.

Para já está em desenvolvimento um programa nacional de visitação, como revela ao Observatório do Algarve e director do PNRF: “Foi feita uma primeira abordagem, um estudo de inventariação das infra-estruturas, das potencialidades, dos nichos de mercado e esse estudo de visitação propõe de facto uma série de hipóteses e de iniciativas que poderão ter este conceito, agora, estamos abertos a outros que possam surgir”.

Para já, o projecto está em fase de candidaturas, não existindo ainda nenhum associado.

“O processo ainda não está fechado. A ideia já foi criada, o conceito está estabilizado e registado, agora é um processo que terá de evoluir a par, não só com a melhoria de algumas infra-estruturas de apoio à visitação do próprio ICNB, como passar a mensagem para os agentes económicos”, conclui.

Refira-se que em Andaluzia (Espanha) este conceito existe desde 1989, data da criação da “Red de Espacios Naturales Protegidos de Andalucía” – REPNA (ver aqui).

A marca Parques de Portugal vai ser apresentada no seminário internacional “O Ecoturismo na Conservação da Natureza”, a decorrer no dia 25 de Julho, Auditório do Centro de Educação Ambiental de Marim. A iniciativa está inserida no programa da Feira Nacional de Parques Naturais e Ambiente, em Olhão.