250: Sócrates garante demolições do Polis
O primeiro-ministro, José Sócrates, comprometeu-se a terminar a requalificação da Ria Formosa até 2012 e reiterou que com o "Polis Litoral Ria Formosa" as demolições de casas vão mesmo acontecer. No fim, perguntou em surdina a alguns autarcas o que se passava com as demolições.
"Mas o que é que se passa com as demolições?", pergunta José Sócrates a José Apolinário e Francisco Leal (presidentes de Faro e Olhão), no fim de uma entrevista em que foi confrontado pelos jornalistas com a demolição de casas nas ilhas-barreira.
Talvez por isso, o primeiro-ministro não tenha concretizado quantas habitações, nem a data em que as habitações da Ria Formosa terão de ser demolidas, mas ainda assim garantiu que as mesmas iriam acontecer.
"São as casas dos pescadores, mas isso está contemplado no POOC", responderam-lhe os autarcas. “Tudo o que seja polémica, é o que eles gostam!”, retorque o primeiro-ministro. Mais tarde, Sócrates abordou de novos os jornalistas: "Com que então vocês sabiam a resposta à pergunta, estava lá escrito no POOC! Não acreditam nos papéis, é isso?”, questionou, bem-disposto.
Durante a apresentação oficial do projecto "Polis Litoral Ria Formosa", o primeiro-ministro disse que com o Polis, a Barragem de Odelouca a garantir água na região, o lançamento do Hospital Central do Algarve e a requalificação da EN-125 o Governo está a trabalhar para "construir um novo Algarve", "um Algarve de qualidade".
"Quando estas quatro intervenções estiverem terminadas o Algarve vai ser uma região de qualidade e que acrescenta valor à economia nacional e atrairá investimento privado", acrescentou Sócrates.
Cinco anos de investimento e 87 milhões de euros para a requalificação da natureza só é possível com uma visão estratégica para a região, defendeu o primeiro ministro português, salientando que o Algarve "ainda tem muito para dar país" e para contribuir "para melhorar os indicadores económicos do país".
Segundo José Sócrates, os últimos três meses do ano tiveram uma "evolução positiva" para o turismo, com proveitos "perto dos dois dígitos" e taxas de ocupação "acima dos dois dígitos".
O chefe do Governo reiterou que o Polis para a Ria Formosa é um projecto que congrega "consenso político" para "elevar os padrões ambientais", mas também tem o objectivo de "potenciar a economia", disse, apelando ao investimento privado.
"É a primeira vez que temos um investimento ambiental para a economia. É um investimento estratégico", recordou, acreditando que com o Polis se vai "salvar a Ria Formosa".
A par do Polis, Sócrates lembrou que a construção de 10 hotéis de cinco estrelas a breve prazo no Algarve vão também contribuir para que a região se insira numa "economia global exigente" e "com padrões de qualidade ambientais".
O ministro do Ambiente, Nunes Correia, argumentou, por seu turno, que o programa Polis iria ajudar a que o país "ganhe as melhores praias da Europa".
"Queremos que Portugal tenha as melhores praias da Europa e estamos a trabalhar para isso e esta intervenção é a primeira intervenção que temos para todo o país", explicou o ministro, revelando satisfação por se estar a "cumprir um desígnio".
Fonte: LUSA
Nem o Socrates sabe das demolições nas ilhas da Ria Formosa, assim vai a política neste país.