199: Ludo ficou "despido"
Há cerca de uma semana que várias máquinas têm vindo a cortar massivamente eucaliptos, numa zona do Ludo junto à estrada da praia de Faro. Populares alertaram a GNR, mas operação parece ter sido legal.
“Pela informação que temos trata-se de uma acção devidamente autorizada pelo Parque Natural da Ria Formosa, numa acção meramente comercial”, afirma João Santos, presidente da Almargem, ao Observatório do Algarve.
João Santos considera que os eucaliptos actuam como um “pulmão verde da cidade” e apesar de admitir que voltem a crescer dentro de pouco tempo, confessa não ser a altura ideal para este desbastamento: “Entrámos na altura da Primavera e as aves começaram agora a nidificar”.
A desflorestação teve início na segunda semana de Março, e de imediato um vídeo colocado no Youtube começou a circular, levantando a possibilidade de um crime ambiental.
No passado dia 13, foi mesmo feita uma denúncia telefónica através da linha GNR SOS Ambiente, por um cidadão preocupado com o desflorestamento. Fonte da GNR adiantou ao Observatório do Algarve, que já se deslocou ao local uma unidade fiscalizadora, acrescentando que o relatório "deverá chegar a qualquer momento".
José Apolinário, presidente da Câmara de Faro, afasta qualquer responsabilidade do município: “Não há qualquer intervenção do município. A retirada de árvores é da total responsabilidade e iniciativa dos proprietários”, assume, ressalvando que espera que seja fiscalizado pelas entidades competentes.
Também a Direcção Regional de Agricultura do Algarve afasta qualquer responsabilidade. Castelão Rodrigues, director regional da Agricultura, garante que a instituição não tem qualquer jurisdição sobre o assunto, e adianta que só o abate de azinheiras, sobreiros e em alguns casos oliveiras - dependendo da densidade - necessitam de uma autorização prévia.
"De resto, tratando-se de uma propriedade privada, não é necessária autorização da DRAALG. Eventualmente, será necessária autorização do Parque Natural, mas isso já nos transcende", afirmou.
Até ao momento, não foi possível esclarecer junto do Parque Natural da Ria Formosa se a operação de abate está devidamente autorizada.
Fonte: Observatório do Algarve