165: Holofotes apontados para as falésias
Desde Janeiro deste ano houve na região cinco acidentes envolvendo quedas de falésias - que causaram dois mortos e três desaparecidos -, todos na zona de Sagres e quase tantos como os registados em todo o ano de 2007 (seis mortes).
O último ocorreu sábado, quando dois turistas alemães caíram de uma falésia junto ao Forte do Beliche.
O corpo da mulher, de 30 anos, foi logo recuperado, mas a outra vítima, um homem de 40 anos, continua desaparecido.
"Não é dramático"
A governadora civil de Faro, Isilda Gomes, afirmou aos jornalistas querer lançar uma campanha "maciça" de sensibilização dirigida a turistas e residentes, nomeadamente pescadores, que arriscam a vida na actividade.
"Não é uma situação que nos leve a considerar que é um drama, mas é uma preocupação", disse Isilda Gomes, após uma reunião de trabalho com autarquias, entidades ligadas ao Ordenamento do Território, Protecção Civil e Autoridade Marítima.
A governadora civil diz que não está ainda decidido quem vai suportar a campanha, mas garante que não será por falta de apoio financeiro que "deixará de ir para o terreno", nem que seja o Governo Civil a assumir as despesas.
Contudo, Isilda Gomes está certa que as autarquias de Vila do Bispo e Aljezur - concelhos onde a questão é mais premente e cujos presidentes estiveram na reunião -, não terão problema em colaborar, assim como a Região de Turismo do Algarve (RTA).
"A campanha pretende ser tão maciça que seja acessível a todos os turistas e residentes", afirmou, acrescentando não querer que alguém "fique na região sem conhecer quais as áreas perigosas".
Questionada acerca da eventual colocação de avisos de perigo nas falésias, Isilda Gomes disse duvidar do facto dessa medida resolver o problema, já que esta parece ser mais uma "questão de civismo".
"Cada um de nós tem que ser um agente de Protecção Civil e é isso que temos que fazer sentir a cada um dos cidadãos", concluiu, frisando que o Governo Civil quer uma população "informada" e "prevenida".
A reunião de hoje juntou o Governo Civil, Instituto Conservação da natureza e Biodiversidade (ICNB), que tutela o parque Natural da Costa Vicentina, Autoridade Marítima, Protecção Civil e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
Fonte: Observatório do Algarve