94: FARO vai ter zona oriental de luxo
Se tudo correr bem, o protocolo com a empresa que transformou a zona oriental de Lisboa na década de 90 deverá ser aprovado na próxima semana, em reunião de câmara, depois de o debate ter sido adiado uma semana, a pedido do PSD. Mas o projecto vai abranger toda a zona ribeirinha de Faro, do Bom João ao Patacão.
“Haverá uma marina dedicada à náutica de recreio, mas vai manter-se um serviço dedicado à navegação comercial”, disse José Apolinário ao Observatório do Algarve.
Sublinhou a importância de aproveitar para o recreio o canal de navegação com oito metros de fundo por onde passam todos os meses uns poucos navios de abastecimento, sobretudo de combustíveis.
Depois de alguns avanços e recuos no projecto da marina, com vários chumbos pelo meio, o Ministério do Ambiente o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) estão agora - nas palavras do autarca - “expectantes” face às promessas de novo enquadramento da obra, mas o assunto já foi discutido com o ministro, que se terá mostrado agradado com as vertentes preliminares do projecto.
De acordo com José Apolinário, para que a transformação da zona seja possível, é prioritária a retirada dos cilindros de combustíveis da Galp e da BP, estas últimas ainda activas, e a descontaminação dos terrenos, operação que terá custos muito elevados.
As negociações com a Galp parecem ser complicadas, mas são – talvez por isso – admitidas como sendo a “chave da questão” pela autarquia.
Outra condição sine quanon é o fim da zona degradada da Horta da Areia, operação já prometida e sempre adiada por vários executivos camarários, mas que agora já está calendarizada.
“Até finais de 2009 teremos as novas casas prontas a habitar nos Braciais, próximo do Patacão, urbanização para a qual a câmara adquiriu um terreno e que representa um investimento de 2,5 milhões”, garantiu o autarca socialista.
O projecto para o Bom João e cais comercial, de 28 hectares, rondará os 400 milhões de euros, a serem financiados esmagadoramente pela iniciativa privada, que terá em mãos a responsabilidade de converter os lucros do negócio imobiliário – com urbanizações de baixa densidade – em obra pública.
Entre essas concretizações de interesse público estará o sempre prometido passeio público, uma zona verde e áreas de lazer, que possam pôr finalmente em contacto "alargado" a população de Faro e a ria que banha a cidade.
Fonte: Observatório do Algarve