88: Olhão: Um milhão para comemorar 200 anos
“Temos a responsabilidade de corresponder ao espírito que presidiu à fundação de Olhão”, sublinhou Francisco Leal, na sessão solene de inauguração das comemorações do bicentenário da cidade, altura que o autarca considera propícia para também “perspectivar o desenvolvimento económico”da cidade.
2008 será ainda o ano de inaugurar o novo auditório, a biblioteca municipal e para lançar o caderno de encargos para a construção do Edifício do Mar, a reconversão do antigo matadouro, onde irá funcionar o Museu marítimo.
Na vertente mais erudita das comemorações Francisco Leal anunciou a realização de um Congresso Internacional de História sobre o período das invasões francesas, período que marca “a identidade cultural” da cidade.
Encontro de editores, de poetas e escritores, este último do Algarve e Andaluzia, bem como a recuperação do edifício do Compromisso Marítimo e do Chalet João Lúcio, edif´cios monumentais integram igualmente o programa.
O passeio histórico cultural entre a Ponte de Quelfes até ao Sítio da Meia Légua percurso feito pela população de Olhão para escorraçar o exército francês invasor será evocado por uma reconstituição animada, mantendo-se depois um circuito de cerca de 10 km, devidamente assinalado.
De Olhão ao Rio de Janeiro em caíque
Dependente de parcerias “que permitam criar condições financeiras para a sua realização” está a evocação da partida do caíque Bom Sucesso que partiu de Olhão em 6 de Julho de 1807 para anunciar ao Rei D Pedro V, exilado no Brasil, a derrota do exército invasor e a reprodução da viagem até ao Rio de Janeiro.
Para tal, a autarquia formou já uma comissão com o almirante Henrique Fonseca e os comandantes José Centeno e Ilídio Fonseca, encarregue de dinamizar o processo e cujos trabalhos podem ser acompanhados através do site http://www.naulusa.org/ .
A cerimónia de abertura das comemorações contou com uma prelecção do historiador Pedro Rosa Mendes, que integra a comissão executiva do evento, e que lembrou a propósito ser “Olhão a única terra algarvia com energia popular para resistir ao invasor francês, já que Faro e as autoridades pactuaram”.
“Se o povo de Olhão não se tivesse revoltado, não haveria restauração” lembrou Rosa Mendes.
É este espírito que Francisco Leal quer ver celebrado dois séculos depois, porque “a verdadeira matriz de Olhão, é a vontade indomável de ser dono dos seus destinos”, atestada por inúmeros exemplos históricos.
Fonte: Observatorio do Algarve