33: Demolições na Ria Formosa avançam em 2008
Parque Expo deverá concluir plano de intervenção na Ria Formosa até ao final do ano, num processo que se assemelha aos programas Polis. Há 30 milhões de euros de fundos comunitários reservados para o projecto. A demolição de casas ilegais nas ilhas-barreira da Ria Formosa deverá avançar no próximo ano, com a implementação do plano estratégico de intervenção que a sociedade Parque Expo está a concluir. O ministro do Ambiente Nunes Correia, que, na sexta-feira, apresentou em Alvor os fundos estruturais previstos para o Algarve, não quis comprometer-se com prazos, nem com o valor do investimento necessário à concretização do plano, mas foi garantindo que a implementação do plano de requalificação é para ter início em 2008 e que as demolições fazem parte dele. «Como é sabido, há muitas situações de legalidade não resolvidas e é preciso olhar para essas situações nesses planos», referiu. Nunes Correia quer «verdadeira qualidade e situações de total legalidade» na Ria Formosa, pois, disse, «vivemos mal com a ilegalidade». O plano de requalificação da Ria Formosa é um dos três projectos nacionais a que Nunes Correia chamou «Polis do Litoral». Depois de ter sido criado um grupo de trabalho que englobou a sociedade Parque Expo e as Câmaras Municipais de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, o plano deverá entrar em fase de discussão ainda este ano, de forma a que possa arrancar em 2008. Nunes Correia destacou a Ria Formosa pela sua dupla valia de se tratar de um Parque Natural e de estar inserida na «principal região turística do país», mas foi chamando à atenção para a existência de «muitas situações que podem ser qualificadas, quer de um ponto de vista ambiental, quer de um ponto de vista de frentes de rio, de comunicações na ria, de caminhos e maneiras de visitar as várias zonas da ria, sem prejudicar os habitats». Embora não se conheça ainda o valor do investimento que o plano poderá implicar, sabe-se, porém, que o Plano Operacional Temático de Valorização do Território reserva cerca de 30 milhões de euros do Fundo de Coesão para a sua aplicação. «Sendo um projecto integrado, tem componentes muito diversas, algumas até muito exteriores ao meu próprio ministério, além de que as origens financeiras podem vir de várias linhas orçamentais e de vários programas operacionais», referiu, classificando o esquema de financiamento como «um puzzle com alguma complexidade». Em relação ao papel da sociedade Parque Expo, o ministro destacou o desafio lançado para que saia da esfera urbana. «Chamamos a isto os Polis do Litoral, mas, a meu ver, são muito mais quer os Polis tradicionais, pois temos uma área muito extensa, onde há zonas urbanas que merecem ser qualificadas, frentes de ria ou de mar, mas depois temos também outras zonas, por exemplo dunas, onde é preciso fazer caminhos para a visitação, percursos interpretativos... O que se pede é um projecto que integre essas componentes todas», rematou Nunes Correia.
Fonte: Barlavento Online