11: Olhão: Segundo caso no espaço de uma semana
Três náufragos andaram à deriva durante oito dias
Os homens saíram do porto de Olhão no dia 30 de Outubro e só foram recolhidos anteontem, por um navio mercante russo, a 100 milhas a sudoeste de Sagres. Sobreviveram “com duas garrafas de litro e meio de água e nenhuma comida”, contou ao CM Carlos Costa, um dos náufragos. “Pensei que nunca mais iria ver a família”, acrescenta. Com ele iam Daniel Fernandes e António Guerreiro. Os três desembarcaram ontem, em Lisboa, depois do transbordo feito pela corveta N.R.P. ‘Pereira D´Eça’.
O caso ganha contornos estranhos quando testemunhas dizem que os três levavam 300 litros de combustível a bordo. E a chave do ‘Gui 1’ foi cedida por Jonas Ramos, mecânico da embarcação e também recolhido no alto mar, na semana passada, à deriva num outro barco.
“Levávamos cinco ou seis jerricans para um gerador na Ilha de Faro”, diz Carlos Costa, que garante não saber que estava a utilizar o barco sem conhecimento da proprietária. “Fui convidado para uma pescaria e o mecânico do barco emprestou as chaves a um dos amigos”, explica. A proprietária do ‘Gui 1’, Nancy Patusco, só soube do caso pelo CM e agora quer saber “quem vai pagar os prejuízos dessa utilização indevida”. A Polícia Marítima está a investigar a situação.
O CM tentou falar com Jonas Ramos mas este encontra-se a caminho do Egipto no navio que o resgatou na semana passada. Desembarca amanhã no destino.
Fonte: Correio da Manhã