474: Olhanense cumpre requisito e passa à fase seguinte
Os dois golos de Rui Duarte e Djalmir, marcados ainda no decorrer do primeiro tempo – em que os algarvios se mostraram muito superiores a um adversário do escalão principal –, foram suficientes para assegurar o triunfo, apesar da pressão navalista.
A vitória permitiu que o Olhanense terminasse o Grupo E da segunda fase da prova na 1.ª posição, em igualdade pontual com Estoril e Naval mas com melhor saldo (3-2) na diferença de golos.
Com a qualificação, a turma orientada por Jorge Costa juntou-se a Paços de Ferreira, Rio Ave, Belenenses, Nacional, Académica, FC Porto, Sporting, V. Guimarães, Benfica, Marítimo e V. Setúbal, que vão discutir, em nova fase de grupos, a passagem às meias-finais da competição.
Os rubronegros chegaram à vantagem no seu primeiro remate, logo ao terceiro minuto: Rui Duarte respondeu da melhor maneira, na área, a um centro de Edson, abrindo o marcador.
A entrada em jogo foi tão positiva que o Olhanense não descansou nos minutos seguintes, com o golo a servir de estímulo para uma primeira parte excelente e com muitas ocasiões de golo desperdiçadas.
Djalmir parecia perdulário – desperdiçou dois lances de perigo aos 12’ e 16’ – mas redimiu-se aos 20 minutos, aparecendo de forma certeira ao primeiro poste para desviar para a baliza de Jorge Baptista uma bola cruzada por Rui Duarte.
Os forasteiros começaram a reagir após a meia-hora de jogo e, após o intervalo, com o discurso e as mudanças feitas por Ulisses Morais ao intervalo, assumiram o controlo da partida.
Com dois golos de vantagem e começando a acusar o desgaste físico de ter jogado sábado em Portimão – o Olhanense fez duas alterações e a Naval mudou nove elementos em relação aos seus últimos jogos –, os locais foram recuando à medida que o tempo passava.
A maior posse de bola dos navalistas gerou ocasiões de perigo que Simplício (58) e Bolívia (60) desperdiçaram de forma escandalosa, mas os algarvios, em contra-ataque, também podiam ter aumentado a vantagem, nomeadamente em dois lances de Ukra (54 e 70).
O Olhanense reforçou o meio-campo e defendeu sempre com critério, perante o assédio da Naval. Durante os 90 minutos, foram mais as vezes que a defensiva local tremeu por acção do seu guardião: Ricardo Ferreira esteve desastrado no jogo aéreo…
Com o apito final, as bancadas dividiram-se entre as palmas pela excelente prestação do Olhanense e os assobios a um árbitro que mostrou uma dualidade de critérios gritante, a favor dos forasteiros, embora não tenha influenciado o resultado final.
O treinador rubronegro, Jorge Costa, mostrou-se claramente satisfeito pela exibição da sua equipa. “Sabíamos que podíamos ser a única equipa da Liga Vitalis em prova e isso foi relembrado aos jogadores”, revelou, sublinhando: “Fazer história nesta edição da Taça da Liga tem um significado importantíssimo.”
“Entrámos muito bem e conseguimos o mais difícil, que era marcar cedo. Continuámos a pressionar e tivemos mais oportunidades, para além do segundo golo. Na segunda parte, gerimos o jogo e o resultado com organização, acusando ainda algum desgaste físico, em virtude de termos utilizado quase a mesma equipa do jogo de Portimão”, considerou.
Ulisses Morais reconheceu que o seu conjunto esteve abaixo do exigido no primeiro tempo, facto que atribuiu à “falta de organização mental de alguns jogadores, que não foram capazes de receber a mensagem”.
“Fomos melhores no segundo tempo, mudança para a qual contribuíram a dinâmica e atitude mental incutidas ao intervalo. Os jogadores entenderam mas não chegaram 45 minutos. Um golo bastaria para intranquilizar o adversário”, acrescentou.
Ficha
Estádio José Arcanjo, em Olhão. Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa), auxiliado por André Campos e Tiago Rocha.
Olhanense – Ricardo Ferreira; João Gonçalves, Marco Couto, Steven Vitória e Stéphane; Edson, Castro (Rui Baião, 74’) e Rui Duarte; Toy, Djalmir (Guga, 62’) e Ukra (Bruno Mestre, 74’). Treinador: Jorge Costa.
Naval – Jorge Baptista; Carlitos, Fabrício, Diego (Paulão, 59’) e Igor (Bolívia, 46’); Godemeche, Dudu e Baradji; João Ribeiro (Alex, 46’), Simplício e Saulo. Treinador: Ulisses Morais.
Marcadores: Rui Duarte (3’) e Djalmir (25’).
Disciplina: Cartão amarelo para Ricardo Ferreira (36’), Rui Duarte (63’), Simplício (64’), Baradji (77’), João Gonçalves (79’), Edson (81’), Guga (84’), Bruno Mestre (85’) e Djalmir (90+5’). Fernando Belo, massagista do Olhanense, foi expulso do banco aos 90+1’.