Segundo dados revelados pela empresa relativos às três barragens que servem a região – Odelouca (barlavento) e Odeleite e Beliche (sotavento) – relativos aos últimos 12 meses, as reservas de água são suficientes para abastecer a população residente e flutuante até ao final do ano.

 

Se o volume útil da barragem de Odelouca (barlavento) registou, entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018, uma descida do nível útil de água dos 39,06% para os 17,52%, em Odeleite e no Beliche (sotavento) os volumes úteis ainda estão acima dos 50%, segundo os dados avançados pela empresa.

 

“Conseguimos garantir o abastecimento à região algarvia, mesmo no caso em que não chova. E esperemos que isso não aconteça, mas se acontecer, pelo menos o abastecimento público está garantido”, afirmou à Lusa Teresa Fernandes, da Águas do Algarve, sublinhando que os dados apenas incluem a captação de água à superfície, excluindo as águas subterrâneas.

 

A mesma fonte disse que a situação que se verifica no barlavento é diferente da registada a sotavento, porque no ano passado houve “períodos de chuva em maio e junho, que não foi uma chuva muito prolongada”, mas permitiu “que as barragens de Odeleite e Beliche conseguissem acumular uma grande quantidade de água”.

 

“Mas essa chuva foi mesmo só naquela zona, de Castro Marim e Alcoutim, que nos permitiu esse encaixe. Em contrapartida, em Odelouca não conseguimos efetuar praticamente armazenamento nenhum de água e daí também a descida acentuada que se verifica nessa bacia”, apontou.

 

Teresa Fernandes lembrou que, além das águas de superfície das três barragens, a empresa pode também “considerar em caso de necessidade as quantidades de água que há ainda nos furos, a nível freático, nas captações subterrâneas”, que não estão contabilizadas nestes dados.

 

“Se por um lado queremos que as pessoas estejam descansadas relativamente àquilo que é o abastecimento de água, também queremos que as pessoas tenham a noção de que não sabemos o que vai acontecer no futuro, se a seca vai continuar, e então é fundamental que as pessoas usem a água nas suas casas de uma forma racional”, advertiu.

 

Por isso, Teresa Fernandes insistiu na necessidade de as pessoas começarem a olhar para a seca como uma realidade e deixarem de pensar que “não lhes toca, porque continuam a abrir a torneia e a água está a sair”.

 

“E, infelizmente, só quando a água falta as pessoas tomam uma atitude. Mas esta questão da falta de água cabe-nos a todos, enquanto consumidores. Não apenas ao Governo, não apenas às entidades, não apenas à Águas do Algarve e aos municípios, mas a cada um de nós e tem muito a ver com a nossa consciência de preservação da água, que deve ser sempre preservada, haja ou não haja na torneira, porque é um bem muito valioso”, considerou.